Brasil

Coronavírus: número de mortos no Brasil chega a 241; país tem mais de 6,8 mil casos

01/04/2020

O Ministério da Saúde divulgou, na quarta-feira (1/4), que 241 pessoas morreram até agora no Brasil por causa da pandemia do novo coronavírus — foram 40 óbitos nas últimas 24 horas.

  Os casos confirmados do novo coronavírus no país chegaram a 6.836. A taxa de letalidade é de 3,5%, segundo a pasta.   O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, ressaltou que, diante da ampliação da testagem no país, o número de casos deve aumentar em ritmo mais rápido nas próximas semanas, porque isso permitirá realizar os testes que ainda estão pendentes nos laboratórios, e reforçou a importância das medidas de isolamento social.   "Vocês vão ver muitos casos confirmados, e isso diminui a (taxa de) letalidade, que é a relação entre o número de óbitos versus o número de casos confirmados. Hoje, o número de casos confirmados está muito menor do que o número de casos que está circulando na nossa sociedade. O que aumenta em muito a necessidade de termos cuidado de segurar, porque, se não tivessemos o cuidado de segurar, hoje já estaríamos em uma espiral de casos", disse Mandetta.   "Precisa redobrar o esforço, porque, se não redobrar o esforço, vamos ter problema de EPI (equipamentos de proteção individual)."   O ministério ainda apontou que as maiores taxas de incidência de casos são observadas no Distrito Federal (11,6 casos entre 100 mil habitantes), São Paulo (6,4 casos entre 100 mil habitantes) e no Ceará, Acre, Rio de Janeiro e Amazonas (4,8 casos entre 100 mil habitantes). A incidência no país está em 3,2 casos entre 100 mil habitantes.   Mandetta ainda destacou que 89% das mortes no Brasil até agora ocorreram em pessoas com mais de 60 anos de idade e que doenças cardíacas, diabetes e doenças pulmonares são as enfermidades mais comuns que as vítimas fatais da covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, também apresentavam.   "Reforça que as pessoas de mais idade precisam ser protegidas. Não é hora de frequezar, é hora de redobrar o cuidado. O vírus está mostrando para nós ao que ele veio, e a gente tem o dever de proteger essas pessoas", afirmou o ministro.   Desde 19/03, o Ministério da Saúde deixou de divulgar a quantidade de casos suspeitos. Desde o dia 21, o órgão passou a considerar que há casos de transmissão comunitária do vírus em todo o país.   A transmissão comunitária ocorre quando há casos em que não é mais possível identificar a cadeia de infecção. Isso significa que o vírus está circulando livremente na população. A situação é diferente de quando há apenas casos importados ou de transmissão local, em que é possível identificar a origem da infecção.   De acordo com uma análise da Organização Mundial da Saúde (OMS) baseada no estudo de 56 mil pacientes, 80% dos infectados desenvolvem sintomas leves (febre, tosse e, em alguns casos, pneumonia), 14% sintomas severos (dificuldade em respirar e falta de ar) e 6% doença grave (insuficiência pulmonar, choque séptico, falência de órgãos e risco de morte).   Nos casos importados, os pacientes se infectaram em viagens ao exterior. Nos casos de transmissão local, os pacientes se infectaram pelo contato próximo com casos do novo coronavírus.  

Respostas das autoridades

  Na noite de 13 de março, foi publicada em edição extra do Diário Oficial uma Medida Provisória (MP) da presidência que abre crédito extraordinário de cerca de R$ 5 bilhões em favor dos ministérios da Saúde e Educação para o enfrentamento ao coronavírus. Sendo uma MP, a matéria entra em vigor no momento da publicação, mas precisa ser aprovada pelo Congresso em até 120 dias — caso contrário, perde a validade.   Mais cedo, em coletiva de imprensa, o Ministério da Saúde anunciou uma série de recomendações gerais para municípios e Estados, e também propostas direcionadas para as cidades onde há casos de transmissão local e comunitária. A pasta afirmou que, sem a adoção destas medidas, o número de casos pode dobrar a cada três dias.   Entre as recomendações para a propagação do novo coronavírus estão a redução do contatos social de idosos e doentes crônicos; cancelamento de eventos em locais fechados; antecipação das férias nas instituições de ensino; e quarentena se a ocupação dos leitos de UTI destinados ao tratamento da covid-19 atingir 80%.   O Ministério da Saúde orientou que os gestores de saúde locais devem avaliar se e como adotarão estas medidas, de acordo com a evolução do número de casos em suas cidades e Estados.  

Estados anunciam medidas

Em todo o país, os Estados adotaram medidas para atender as recomendações do ministério. Passaram a ser proibidos eventos de lazer, culturais e esportivos para evitar aglomerações.   Diversas universidades e escolas pelo país suspenderam suas atividades nas redes públicas e particulares. Elas devem ser retomadas a partir do momento em que a situação da pandemia melhorar.   Também foram suspensas as visitas a pacientes internados por causa do novo coronavírus em hospitais públicos e privados e a detentos de unidades prisionais, assim como o transporte de presos para a realização de audiências.   Ainda haverá uma redução do atendimento ao público nas repartições públicas.  

Pandemia

Em 11 de março, a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou uma pandemia de covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus, que já infectou 292 mil pessoas e causou 12,7 mil mortes (segundo dados de 22 de março da OMS) em todo o mundo.   A OMS estima que 3,4% dos pacientes morrem. Mas especialistas estimam que essa taxa de letalidade gire em torno de 2% ou menos.   O Ministério da Saúde informou que estudos apontam que 90% dos casos do novo coronavírus apresentam sintomas leves e podem ser tratados nos postos de saúde ou em casa.   Mas, entre aqueles que são hospitalizados, o tempo de internação gira em torno de três semanas, o que gera um impacto sobre os sistemas de saúde, de acordo com a pasta, já que os leitos de unidades de tratamento intensivo (UTI) ficam ocupados por um longo tempo. Por isso, o governo vai buscar ampliar o número de leitos de UTI disponíveis.