Brasil
Questão repetida do Enem 2023 que já tinha sido usada em 2010 será anulada
Outras edições também tiveram questões anuladas por não serem inéditas e terem aparecido em outros exames
O ministro da Educação, Camilo Santana, afirmou que será anulada uma das duas questões repetidas que foram utilizadas no 2º dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), realizado neste domingo (12).
A repetição dos itens foi apontada ao g1 por professores do SAS - Plataforma de Educação.
Será anulada a questão que tem como tema a gripe A-H1N1. Ela não era inédita, pois tinha sido usada no Enem PPL (para pessoas privadas de liberdade) em 2010.
No atual exame, a questão era a de número 117 da prova amarela, 164 da azul, 93 da rosa e 115 da cinza.
Enem 2023: Questão 177 da prova amarela. — Foto: Reprodução
Outra questão repetida será mantida: é o item que aborda o padrão de contagem de um determinado povo indígena, que foi usado em 2003 pelo vestibular da Universidade Estadual de Goiás (UEG).
No atual exame, a questão aparece como a de número 168 da prova amarela, 179 azul, 148 rosa e 164 cinza.
Enem 2023: Questão 168 da prova amarela — Foto: Reprodução
Atualização do banco de itens
Além da questão anulada, a atual edição do exame foi marcada por críticas à forma como o agronegócio foi citado na prova: a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) divulgou nota na qual pede ao governo federal explicações sobre três questões do 1º dia.
Entidades científicas rebateram os políticos do agro e chamaram de 'censura' o pedido de anulação de questões.
Em resposta às críticas, o governo disse que o banco de questões é formulado por professores independentes selecionados por edital. "O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) não interfere nas ações dos colaboradores selecionados para compor o Banco", informou o órgão.
Neste domingo, Camilo disse que o governo prepara uma atualização do banco de itens. "Há uma decisão de lançar um novo edital de professores independentes de professores para elaboração de questões do Enem", disse Camilo Santana.
Questões anuladas por não serem originais
Em ao menos duas outras edições do Enem, questões foram anuladas por não serem inéditas.
Em 2011, o Colégio Christus, de Fortaleza, antecipou em apostilas 14 questões que foram cobradas no exame nacional. Neste caso, apenas os estudantes da escola tiveram as questões anuladas.
Já na edição de 2018 do exame, professores do Curso Anglo identificaram que uma pergunta sobre pena de reclusão por tráfico de drogas já havia sido usada no vestibular da UFPR, para candidatos que pleiteavam uma vaga em 2014.