Esportes
Thiago Braz conquista o bronze no salto com vara, sua segunda medalha consecutiva numa Olimpíada
Campeão em 2016, brasileiro foi demitido na véspera dos Jogos por seu clube, que considerou que ele não valia o investimento. Ele saltou 5.87 metros e ficou em terceiro na prova dominada pelo recordista mundial, o sueco Armand Duplantis
A conquista mostra que o Brasil vem colhendo melhores resultados no atletismo. Além de Thiago, Alison dos Santos conquistou na madrugada desta terça-feira a medalha de bronze nos 400 metros com barreiras.
A sequência de medalhas olímpicas de Thiago, 27 anos, é consequência de anos do esforço e preparo sob o comando do treinador ucraniano Vitaly Petrov, o mais respeitado técnico de salto com vara do mundo. Foi ele quem treinou a russa Yelena Isinbayeva, a brasileira Fabiana Murer e o ucraniano Sergei Bubka, o maior saltador com vara de todos os tempos. “Quem olha para o Thiago saltando vê Serguei Bukba pulando”, afirmou o próprio Bubka em entrevista para a Istoé 2016 antes dos Jogos do Rio. “A mesma maneira de correr, o mesmo jeito de se movimentar. Ele faz tudo como eu fazia”, completou. Atleta das Forças Armadas brasileiras, Thiago é um dos nove do mundo que conseguiram saltar acima de seis metros de altura.
No entanto, Thiago e Petrov romperam a parceria em 2018, quando o brasileiro não conseguiu manter o desempenho que lhe deu o ouro no Rio. Ele voltou a treinar com Elson Miranda, seu treinador da base, para se reencontrar. Começou a melhorar em 2019, mas ainda longe dos 6.03m que saltou no Rio. Sua melhor marca nesse ciclo olímpico (o período entre olimpíadas) foi 10 centímetros abaixo do recorde pessoal, por isso o brasileiro não era tido entre os favoritos ao pódio em Tóquio. Para completar, foi demitido no início da pandemia pelo Clube Pinheiros, oito meses antes do fim do seu contrato, com a justificativa de que sua visibilidade não valia o investimento. A resposta veio com o bronze, a segunda medalha olímpica do campeão. Novamente, crescendo no momento mais decisivo. O medalhista brasileiro começou no atletismo aos 14 anos no Clube dos Bancários de Marília, cidade onde nasceu e foi criado pelos avós paternos. Logo passou a receber orientação de sua amiga e conselheira Fabiana Murer, principal referência do esporte no Brasil antes de Thiago. Suas primeiras conquistas importantes foram o ouro no Campeonato Mundial Júnior de 2012, em Barcelona, e a prata nos Jogos Olímpicos da Juventude de 2010, em Singapura.