O governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), e o prefeito de Belém, Igor Normando (MDB), criticaram nesta segunda-feira (17) a fala do chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, sobre jornalistas do país que estiveram com ele durante a passagem pela COP30 ficarem contentes ao poder deixar a cidade.

Merz esteve no Brasil para participar da Cúpula dos Líderes, e ainda esteve em um encontro bilateral com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). 
Em um vídeo publicado nas redes sociais, Normando afirmou que a declaração de Merz foi "infeliz, arrogante e preconceituosa", além de dizer que "não representa" a opinião de outros visitantes.

"Por onde a gente anda, muita gente encantada com Belém, com as suas belezas naturais, com a sua gastronomia e com a sua história", completou.

Veja abaixo:

Já Barbalho disse no X (antigo Twitter) ser "curioso ver quem ajudou a aquecer o planeta estranhar o calor da Amazônia".

Ainda na postagem, ele defendeu o estado, afirmando que o "Pará abriu as portas e mostrou a força de um povo acolhedor".

"Um discurso preconceituoso revela mais sobre quem fala do que sobre quem é falado", prosseguiu o governador

Veja abaixo:

Na última quinta (13), durante um discurso no Congresso de Comércio Alemão, o Merz comparou a Alemanha e o Brasil.

"Minhas senhoras e senhores, vivemos num dos países mais bonitos do mundo. Perguntei a alguns jornalistas que estiveram comigo no Brasil na semana passada quem gostaria de ficar lá. Ninguém levantou a mão", relembrou.

"Todos ficamos contentes por regressar à Alemanha, sobretudo daquele local onde estávamos, na noite de sexta-feira", acrescentou Merz.

Durante o discurso, Merz elogiou seu país como um dos mais "livres" do mundo e disse que é preciso defender a democracia e o sistema econômico da Alemanha.

Como mostrou a CNN Brasil, integrantes do governo brasileiro reagiram mal às críticas do chanceler, e classificaram as afirmações como "grosseria" e "inacreditável".

Na última semana, a ONU (Organização das Nações Unidas) encaminhou ao ministro da Casa Civil, Rui Costa, ao presidente da COP30, embaixador André Corrêa do Lago, e a Helder Barbalho, uma carta na qual critica a organização do evento pelo Brasil, exigindo melhorias.