Política

'Estou pronto', diz Mandetta à CNN sobre possível candidatura à Presidência

De acordo com o ex-ministro, o primeiro ato de Pazuello como chefe da pasta já tirou credibilidade dele

PEDRO RIBEIRO/DA EDITORIA/COM CNN BRASIL 08/05/2021
Em entrevista exclusiva à CNN, o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM) afirmou que "está pronto" para uma possível candidatura à Presidência da República nas eleições de 2022. “Eu pertenço a um partido político que tem ideais a apresentar, tenho mais de 35 anos, sou nascido aqui no Brasil, estou em dia com minhas obrigações eleitorais, ou seja, reúno as obrigações básicas [para se candidatar à presidência]”, prosseguiu o ex-ministro da Saúde. Na avaliação de Mandetta, tanto o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) quanto o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) entram na corrida eleitoral já desgastados. Para o médico, ambos têm "passados que serão lembrados por todos os brasileiros". O ex-ministro entende que tanto Lula como Bolsonaro estão no "teto" e, por isso, não há uma tendência para expansão de base eleitoral. Especificamente sobre o atual chefe do Executivo, Mandetta acredita que Bolsonaro não será reeleito. "O Collor foi o primeiro a não se reeleger. Ele [Bolsonaro] vai ser o segundo, porque, primeiro, ele precisa terminar o mandato para pensar em reeleição. Agora, espero que ele não continue, porque ele não está à altura do cargo", afirmou. Sobre uma terceira via para as eleições presidenciais, o ex-ministro afirmou que ela só confirmará se houver anseio da população.

Pazuello

O ex-ministro Luiz Henrique Mandetta disse ter a impressão de que o general Eduardo Pazuello está "com medo de ser inquirido" na Comissão Parlamentar de Inquérito da Pandemia de Covid-19. Para o médico ortopedista, o militar -- que também foi ministro da Saúde -- tem medo de saber o que será revelado a cerca das decisões tomadas por ele. Mandetta ressaltou também que o primeiro ato de Pazuello como chefe da pasta já tirou a credibilidade dele, que foi a tentativa de mudar a forma de divulgação dos números da Covid-19 no Brasil. “Ele [Pazuello] se submeteu a um papel de retirar as funções do Ministério da Saúde. O primeiro ato dele foi de não divulgar números. Teve que vir ordem do STF para divulgar os números. Ele perdeu a credibilidade na saída”, afirmou. Além de esconder dados, Mandetta avalia que Pazuello também promoveu o uso da hidroxicloroquina – remédio sem eficácia comprovada contra Covid-19 --, não adquiriu as vacinas que lhe foram ofertadas, desistiu de todo plano de testagem brasileiro e deixou de analisar as novas cepas que surgiam. "Fez um trabalho de baixa qualidade e sempre com muita subserviência", declarou.