Cotidiano
Veja Vídeo: Jaguatiricas de Mato Grosso chegam no Tocantins para projeto de conservação da espécie
Animais farão parte de um projeto de variabilidade genética para a conservação da espécie
As jaguatiricas adultas, enviadas pela Secretaria de Meio Ambiente de Mato Grosso (Sema-MT) ao Estado do Tocantins (1.726,58 km de Cuiabá), chegaram ao novo lar, a reserva conservacionista Piracema, na quarta-feira (20). Os animais farão parte de um projeto de variabilidade genética para a conservação da espécie.
O empreendimento está localizado na cidade de Almas, no sudoeste do Estado, e atua na preservação de espécies ameaçadas e animais resgatados. A medida é uma das ações realizadas pelo órgão ambiental de Mato Grosso em defesa dos animais silvestres.
“Temos um casal dessa espécie, mas a gente não tinha uma variabilidade genética diferente para esses animais. Agora, com essa oportunidade da Sema, trouxemos os animais de Mato Grosso, montamos os casais e eles farão parte de um projeto de reprodução para que possamos devolver a jaguatirica à natureza, também um animal considerado ameaçado de extinção”, disse a bióloga e responsável técnica da reserva conservacionista Piracema, Márcia Albuquerque Costa.
“Estamos lisonjeados em fazer parte dessa parceria firmada com a Sema em Mato Grosso. Estamos muito felizes”, ressaltou.
As jaguatiricasm o macho proveniente do médio-norte de Mato Grosso e a fêmea do Pantanal, estão sob os cuidados da Sema-MT há quase dois anos. Chegaram ainda filhotes. Apesar de apresentarem habilidades de conseguir pegar presas vivas, se tornariam vulneráveis na natureza, o que impossibilitou o retorno ao ambiente natural, explicou a médica veterinária Danny Moraes, da Coordenadoria de Fauna e Recursos Pesqueiros da Sema-MT.
No Tocantins, elas serão integradas ao sistema de conservação ex situ, ou seja, fora do seu habitat natural. O mecanismo é importante para a conservação da biodiversidade faunística e deve garantir a variabilidade genética na reprodução da espécie, através do seu revigoramento.
Conforme Danny, o acasalamento entre animais que tenham graus próximos de parentesco pode gerar um empobrecimento genético e fazer com que eles apresentem problemas de saúde.
“Manter a genética de cativeiro viável tem se mostrado um crucial mecanismo de conservação em várias partes do mundo. Programas de conservação como este podem, futuramente, dispor de indivíduos para soltura em ambientes naturais”, completou.
O transporte terrestre das jaguatiricas foi acompanhado por Danny e demais especialistas da Sema-MT. Elas permanecerão no recinto Piracema por tempo indeterminado e a Secretaria continuará monitorando todo o processo de adaptação e reprodução dos animais.