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Comunicado do Brasil é intervencionista e parece ditado por EUA, diz Venezuela
Governo de Nicolás Maduro criticou nota de governo brasileiro sobre situação eleitoral de Caracas e as dificuldades de opositores se inscreverem como candidatos
O ministério das Relações Exteriores da Venezuela reagiu nesta terça-feira (26) à manifestação do Brasil sobre a situação eleitoral do país dizendo que o comunicado do governo brasileiro é “cinzento e intervencionista”.
A chancelaria venezuelana repudiou o texto redigido por funcionários do Itamaraty e afirmou “que parece ter sido ditado pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos”. O ministério venezuelano ainda disse que os comentários emitidos “são carregados de profundo desconhecimento e ignorância sobre a realidade política na Venezuela”.
O governo de Nicolás Maduro afirmou também que tem mantido “uma conduta fiel aos princípios que regem a diplomacia e as relações amistosas com o Brasil, sendo que em nenhuma hipótese, emite, nem emitirá juízos de valor sobre os processos políticos e judiciais” brasileiros.
A nota publicada pelo chanceler Yván Gil diz que chama atenção que a chancelaria brasileira não esteja preocupada com as tentativas de assassinato do presidente Nicolás Maduro e desestabilização que, segundo o governo venezuelano, foram desmanteladas nas últimas semanas.
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Nesta terça-feira (26), o governo brasileiro manifestou que “com base nas informações disponíveis, observa que a candidata indicada pela Plataforma Unitária, força política de oposição, e sobre a qual não pairavam decisões judiciais, foi impedida de se registrar, o que não é compatível com os Acordos de Barbados”.
O texto faz referência à candidata Corina Yoris, indicada pela líder opositora María Corina Machado — que está impedida pelo Judiciário venezuelano de ocupar cargos públicos por 15 anos –, para ser sua representante no processo eleitoral, mas que não conseguiu se inscrever.
O Acordo de Barbados, assinado no fim do ano passado, foi o resultado de uma negociação entre o governo de Nicolás Maduro e a oposição venezuelana, em diálogos mediados pela Noruega e facilitados por outros países, como o Brasil, para que haja garantias para um processo eleitoral transparente para o pleito presidencial deste ano na Venezuela.