Política
Comandante do Exército foi determinante para golpe não acontecer, diz relatório da PF
Chefes do Exército e da Aeronáutica foram pressionados a apoiar o plano de golpe de Estado
O general Freire Gomes, então comandante do Exército, foi determinante para que o golpe de Estado não fosse consumado, segundo o relatório da Polícia Federal que teve sigilo liberado nesta terça-feira (26) pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
“A consumação do golpe de Estado perpetrado pela organização criminosa não ocorreu, apesar da continuidade dos atos para conclusão da ruptura institucional, por circunstâncias alheias à vontade do então presidente da República, Jair Bolsonaro, no caso, a posição inequívoca, dos comandantes do Exército e da Aeronáutica, General Freire Gomes e Tenente-Brigadeiro do Ar Carlos Almeida Baptista Junior, e da maioria do Alto Comando do Exército, de permanecerem fieis aos valores que regem o Estado Democrático de Direito, não cedendo às pressões golpistas”, diz a PF.
O documento ainda menciona o depoimento do Tenente-Brigadeiro do Ar.
Quando questionado se o posicionamento do general Freire Gomes foi determinante para que uma minuta do decreto, que viabilizava um golpe de Estado, não fosse adiante, ele respondeu: “Sim, caso o comandante tivesse anuído, possivelmente a tentativa de golpe de Estado teria se consumado.”
Ainda segundo a instituição, além de Freire Gomes, o comandante da Aeronáutica, Baptista Júnior, também teria de manifestado contrário ao plano.
Com a negativa dos dois, o ex-presidente Jair Bolsonaro teria então procurado o apoio do general Estevam Theóphilo, à frente do Comando de Operações Terrestres (COTER) do Exército.De acordo com a PF, Gomes e Junior teriam sofrido “ataques pessoais” por uma milícia digital, além de pressões em suas residências para assentirem com o plano.
Apesar das pressões, os membros do Alto Comando do Exército, como Gomes, “mantiveram a posição institucional”, o que não teria trazido confiança suficiente para o avanço do grupo. Por esse motivo, Bolsonaro não assinou o decreto, diz o relatório.
Já o comandante da Marinha, Almirante Almir Garnier, e o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira teriam acatado.
Com a negativa dos dois, o ex-presidente Jair Bolsonaro teria então procurado o apoio do general Estevam Theóphilo, à frente do Comando de Operações Terrestres (COTER) do Exército.
De acordo com a PF, Gomes e Junior teriam sofrido “ataques pessoais” por uma milícia digital, além de pressões em suas residências para assentirem com o plano.
Apesar das pressões, os membros do Alto Comando do Exército, como Gomes, “mantiveram a posição institucional”, o que não teria trazido confiança suficiente para o avanço do grupo. Por esse motivo, Bolsonaro não assinou o decreto, diz o relatório.
Já o comandante da Marinha, Almirante Almir Garnier, e o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira teriam acatado.