O que dizem os citados
O advogado do ex-deputado Marcelo Squassoni, Marcelo Knopfelmacher, considerou a prisão "descabida e desnecessária" e que "não há fatos novos que justifiquem a medida". Ele afirmou que vai solicitar a revogação da prisão na justiça.
O advogado Egênio Malavasi, que defende Gabriel Nogueira Eufrásio, disse que vai pedir a revogação da prisão.
Em nota, o advogado da Fabiana Gilho Alves de Almeida, João Raposo, informou que ela nega o envolvimento dela com qualquer irregularidade e diz que suspeita que os documentos pessoais dela tenham sido usados sem o seu conhecimento para atos ilícitos. Reforçou ainda que ela trabalha como protética, nunca teve cargo público, nem conhece os demais citados na operação.
O advogado Ricardo Ponzeto, que representa, Carlos Henrique Poço, afirmou que vai solicitar a revogação da prisão.
O advogado João Manoel Armôa Junior, que defende Simone Quessada de Lima Ribeiro, diz que discorda a fundamentação da prisão. Segundo ele, a cliente está disposta a colaborar com as investigações. Entretanto, o defensor afirma que vai solicitar à justiça a revogação da prisão.
Em nota, a atual diretoria da Codesp informou que não comentará assuntos relacionados à operação “Círculo Vicioso”, conduzida pela Polícia Federal.
"A atual diretoria vem implementando ações pautadas em transparência e nas melhores práticas de gestão e governança, inclusive, contribuindo com órgãos de investigação e fiscalização, além de adotar medidas como o rompimento de contratos com irregularidades e a obrigatoriedade de que novas contratações tenham cláusula anticorrupção", declarou a estatal.
Operação Tritão, fase um
A primeira fase da Operação Tritão (rei dos mares, na mitologia grega) foi deflagrada em outubro pela Polícia Federal, Ministério Público Federal, Controladoria Geral da União, Tribunal de Contas da União e Receita Federal, após suspeitas desvios em contratos de R$ 80 milhões. Sete pessoas foram presas naquela ocasião.
O Ministério Público Federal afirmou já naquela ocasião que havia a atuação de uma organização criminosa na Codesp. Por meio de corrupção, os integrantes formaram um cartel e fraudaram licitações públicas em posteriores contratos firmados na estatal com as empresas MC3 e N2O, que juntos totalizam quase R$ 40 milhões.
As investigações começaram depois de um vídeo vazado na internet em setembro de 2016 mostrava o então assessor da presidência da Codesp, Carlos Antonio de Souza, negociando um contrato de digitalização de documentos. Mesmo sem licitação publicada, ele falava em valores e o nome da empresa vencedora.
Da Codesp, foram presos, além do assessor que aparecia nas imagens, o então diretor-presidente, José Alex Botelho de Oliva, o diretor de mercado, Cleveland Sampaio Lofrano, e o diretor jurídico, Gabriel Nogueira Eufrasio. Os empresários Joabe Franscisco Barbosa, Joelmir Francisco Barbosa e Mario Jorge Paladino eram alvos.
Os sete foram presos temporariamente, depois preventivamente. Uma decisão posterior do desembargador federal Fausto de Sanctis, do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, libertou os diretores e os empresários, mediante fiança e medidas cautelares, por considerar que as prisões ocorreram por "afirmações genéricas".
Após a prisão dos investigados, Ministério dos Transportes decidiu por retirar dos cargos o presidente da Codesp e os diretores envolvidos. No mesmo dia, o Conselho de Administração (Consad) da companhia aprovou os nomes dos servidores substitutos, que assumiram os cargos até a mudança de governo, em Brasília (DF).