Brasil
Abdelmassih retorna ao presídio de Tremembé após Justiça revogar prisão domiciliar
O ex-médico Roger Abdelmassih, condenado a mais de 173 anos por abusar sexualmente de pacientes, retornou na tarde desta quinta-feira (17) ao presídio de Tremembé (SP) após a Justiça revogar prisão domiciliar. A decisão é da juíza Andreia Brandão, da 3ª Vara de Execuções Criminais de São Paulo.
Abdelmassih chegou à Penitenciária Dr. José Augusto César Salgado, conhecida como P2, por volta das 18h desta quarta-feira (17). Ele havia sido autorizado a se tratar de um problema de saúde em casa, mas uma nova perícia mostrou que ele pode fazer um tratamento médico ambulatorial na própria unidade prisional.
Em agosto, a Justiça havia determinado a internação do ex-médico em um hospital psiquiátrico para que fosse possível fazer um "laudo real" da situação de saúde dele, já que havia suspeita de fraude no laudo que permitiu que Abdelmassih cumprisse em prisão domiciliar.
Na ocasião, a prisão domiciliar foi suspensa temporariamente e ele foi levado de seu apartamento nos Jardins, em São Paulo, para o Hospital Penitenciário de Santana, na Zona Norte da capital.
Agora, pela decisão, a juíza Andreia Brandão diz que Abdelmassih tem condições de retornar à prisão e permanecerá em regime fechado cumprindo a pena pela qual foi condenado.
Suspeita de fraude
Abdelmassih tem 75 anos e estava há dois anos em prisão domiciliar devido a dificuldades de condições de saúde, problemas de coração e pressão alta.
Em agosto, Abdelmassih, que cumpria prisão domiciliar, foi levado ao hospital psiquiátrico sob suspeita de fraude.
"A informação que temos é que ele deixava de tomar a medicação antes de passar a perícia oficial, o que alterava o resultado dos laudos. Eu vou partir da premissa e levar em consideração que o perito agiu com boa fé, e que foi induzido ao erro pelo estado clínico e a idade dele", disse na ocasião o promotor Marcelo Orlando Mendes, da Vara da Execuções Penais de São Paulo, que acompanha o cumprimento da pena de Abdelmassih.
Condenado por estupro
Roger, que era considerado um dos principais especialistas em reprodução humana no Brasil, foi condenado a prisão em novembro de 2010. Abdelmassih não foi preso logo após ter sido condenado porque um habeas corpus do Superior Tribunal de Justiça (STJ) dava a ele o direito de responder em liberdade.
O habeas corpus foi revogado pela Justiça em janeiro de 2011, quando ex-médico tentou renovar seu passaporte, o que sugeria a possibilidade de que ele tentaria sair do Brasil. Como a prisão foi decretada e ele deixou de se apresentar, passou a ser procurado pela polícia até ser preso em 2014 no Paraguai.
Em 24 de maio de 2011, o Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) cassou o registro profissional de ex-médico de Abdelmassih.