O presidente da Companhia Mato-Grossense de Gás (MT Gás), Rafael Reis, representou Mato Grosso no 2º Fórum Internacional de Gás, Petroquímica e Combustíveis Verdes, ocorrido em Santa Cruz de La Sierra, Bolívia, na última semana (entre 19 e 23 de agosto). No evento, foi discutida principalmente a visão de futuro e o cenário de mercado do gás natural.
“Os bolivianos viram que Mato Grosso é o maior cliente em potencial deles nos próximos cinco anos, por conta da localização no meio da América e do gasoduto. Além disso, outras extrações de reservatórios de gás que abastecerão com mais facilidade outras localidades, colaboram para que a perspectiva de mercado seja centrada no Estado”, avaliou.
A convite do governo vizinho, Reis foi um dos palestrantes da programação, e abordou “A importância do Gás da Bolívia na atividade de distribuição no mercado do Brasil”. Ele falou sobre o cenário nacional com as recentes mudanças de leis ocorridas no país.
“Mudaram as leis, quebraram a patente da Petrobrás, que até então era a única fornecedora de gás natural do país, e ainda não fizeram a regulamentação. Debatemos principalmente o que deverá ser feito nos próximos dois anos em termos de legislação de tributos, e a fiscalização do mercado de concorrência”, explicou.
A prospecção aponta que, a partir de Mato Grosso, será feita a expansão do fornecimento de gás para os Estados de Rondônia, Tocantins, Goiás, Roraima, e Acre. Para isso, será necessário investimento em infraestrutura a curto prazo, nos próximos cinco anos.
As discussões do evento foram voltadas para mecanismos que permitam ter as ferramentas necessárias para a tomada de decisões no campo de exploração de gás natural, oportunidades e mercados, meio ambiente e combustíveis verdes, recursos energéticos e mercado de energia global. Também fez parte da agenda o diretor administrativo e financeiro da MT Gás, Manoel Antonio Garcia Palma.
Gás em Mato Grosso
Na ocasião também foi finalizada a tratativa para o contrato firme de fornecimento de 1,5 milhão de m³ ao mês, para abastecer as indústrias, e gás natural veicular (GNV), entre a estatal mato-grossense e a boliviana Yacimientos Petroliferos Fiscales Bolivianos (YPFB).
Em maio deste ano, o governador Mauro Mendes assinou um termo de desenvolvimento de mercado com o Governo Boliviano para aprofundar a integração energética entre o Estado e a Bolívia, com foco na retomada da comercialização do gás boliviano.