Cotidiano
Judiciário de Mato Grosso inicia ações de conscientização sobre violência doméstica nas escolas
Levar conscientização sobre o que é violência doméstica e suas formas de ocorrência para crianças e adolescentes é uma forma de mudar paradigmas culturais

Identificar os sinais de violência doméstica, mudar comportamentos agressivos ou até intervir em situações de risco à integridade da mulher foram alguns dos aprendizados adquiridos pelos alunos do 3º ano do Ensino Médio, da Escola Estadual Vanil Stabilito, em Várzea Grande. Na ocasião, os adolescentes participaram da palestra “Cemulher e a Lei Maria da Penha nas Escolas”, iniciativa do Poder Judiciário de Mato Grosso, executado pela Coordenadoria Estadual da Mulher em situação de Violência Doméstica e Familiar do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (Cemulher/TJMT).
A palestra, realizada na quinta-feira (13 de fevereiro), pela assistente social da Cemulher, Adriany Sthefany de Carvalho e pelo psicólogo da Coordenadoria, Danilo da Silva, inaugurou o calendário de atividades da Coordenadoria.
Levar conscientização sobre o que é violência doméstica e suas formas de ocorrência para crianças e adolescentes é uma forma de mudar paradigmas culturais, conforme observa o psicólogo da Cemulher, Danilo da Silva.

“Adolescentes são muito flexíveis para percepção do tema e têm um olhar ativo dentro do núcleo familiar. Quando recebem informações sobre os cinco tipos de violência (física, patrimonial, psicológica, sexual e moral), isso ocorre de uma maneira muito expressiva e autônoma. De certo modo, eles já têm uma noção do que é ou se passaram por alguma situação. Na palestra, eles também entendem como funciona a rede de apoio, como denunciar e ressignificar alguns comportamentos de risco”, explicou Danilo da Silva.
O Projeto “Cemulher e a Lei Maria da Penha nas Escolas” prevê o envolvimento da sociedade no combate à violência. O trabalho é desenvolvido em parceria com as Secretarias de Educação municiais e estadual, além da rede privada.

A proposta utiliza a educação como uma ferramenta de prevenção e coibição à violência doméstica e familiar contra a mulher, por meio da construção do pensamento reflexivo e crítico.
Para a professora de português, Cléo Martins, a iniciativa contribuiu para o desenvolvimento pedagógico da unidade escolar.
“Vivemos um tempo em que o feminicídio é crescente e um dos fatores é a falta de conhecimento. O projeto vem auxiliar as crianças de forma geral, porque eles repassam essa informação para a família e nos ajudam. Nós, enquanto escola, trabalhamos com a temática, mas quando o Judiciário vem até nós, ele agrega ao nosso trabalho como profissionais de educação”.

Aluno do 3º ano do ensino médio, Bruno Marques, mudou sua perspectiva de violência doméstica. “Entendi que precisamos rever nosso modo de agir e falar, que devemos ter um cuidado maior com a segurança das mulheres”.
Cemulher nas Escolas - A Cemulher é composta por uma equipe multidisciplinar que, a cada trimestre, organiza palestras nas escolas de Cuiabá. A ação leva palestras, rodas de conversa, materiais audiovisuais e impressos (folder e cartilhas).
Por meio do diálogo com alunos e servidores das escolas são tratados temas como: violência doméstica e familiar; as várias formas de violência, campanha Sinal Vermelho; botão do pânico e atendimentos disponíveis na Rede de Enfrentamento”.
Em 2024, mais de 50 turmas foram atendidas. Desde o início do projeto, mais de 14 mil alunos foram impactados pelo projeto.