Economia e Negócios
Ibovespa recua 1,42% e fecha no menor patamar desde junho; dólar bate máxima de 7 meses, a R$ 5,15
O principal índice da bolsa brasileira fechou a sessão com perda de 1,42%, aos 113.419 pontos

O Ibovespa encerrou em queda e renovou a mínima desde o início de junho, enquanto o dólar bateu a máxima em sete meses nesta terça-feira (3), em mais uma sessão de cautela global com investidores prevendo novo aumento dos juros nos Estados Unidos.
O principal índice da bolsa brasileira fechou a sessão com perda de 1,42%, aos 113.419 pontos. Este foi o segundo dia seguido de queda acima de 1% do Ibovespa, reforçada pela alta dos juros em toda a curva e desvalorização das principais companhias do mercado doméstico.
A busca por proteção deu novo fôlego ao dólar contra as principais moedas globais, segundo o índice DXY.
O movimento fez o dólar encerrar a sessão com alta de 1,74% ante o real, negociado a R$ 5,155. Este é o maior patamar da divisa desde 28 de março, quando atingiu R$ 5,165.
Elcio Cardozo, especialista em mercado de capitais e sócio da Matriz Capital, explica que a força da moeda norte-americana reflete a alta dos títulos do Tesouro dos EUA, que nesta sessão voltaram a se aproximar de 5%, o maior patamar em 16 anos.
“Enquanto esse movimento de alta nos juros futuros americanos perdurar, é bem provável que o dólar continue se valorizando frente a outras moedas. Isso porque o investidor global prefere investir em economias mais resilientes”, pontua.
O viés de alta foi deflagrado nesta manhã após dados apontarem a criação de 9,61 milhões de postos de trabalho em agosto nos EUA, segundo o governo federal. O resultado veio acima das expectativas dos analistas e superou as 8,92 milhões de vagas novas em julho.
Cristiane Quartaroli, economista do banco Ourinvest, pontua que os dados do mercado de trabalho indicam que a maior economia do globo segue em ritmo acelerado, reforçando as teses de que o Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA) tenderá a aumentar os juros para trazer a inflação para a meta.
“[Os dados] sugerem que a atividade econômica em expansão nos EUA vai ter reflexos para inflação futura, e com isso tá tendo mais um dia de alta dos juros dos Treasures, e, consequentemente, pressionando as moedas emergentes”, explica.