Esportes
Copa do Catar marca fim da era Messi e Cristiano Ronaldo em mundiais
Maiores jogadores do século estiveram em todas as edições desde 2006
07/11/2022
De promessas a estrelas
Quatro anos depois, Messi e Ronaldo já eram os principais astros do futebol mundial, ambos com um prêmio de melhor do mundo cada, sendo o argentino o detentor do posto quando a bola rolou na Copa da África do Sul. A dupla, porém, decepcionou. Apesar da ótima atuação na goleada por 4 a 1 sobre a Coreia do Sul, participando dos quatro gols da Argentina, o então craque do Barcelona passou em branco na competição e foi questionado por não render na seleção o tanto que apresentava no clube espanhol. O português, por sua vez, foi eleito o melhor em campo nos três jogos da primeira fase, ainda que longe de brilhar nos empates sem gols com Costa do Marfim e Brasil e na goleada por 7 a 0 sobre a Coreia do Norte, em que balançou as redes pela única vez na edição. Na eliminação para a futura campeã Espanha, nas oitavas de final (derrota por 1 a 0), CR7 foi criticado por se recusar a dar entrevistas mesmo sendo capitão da seleção e por cuspir na direção de um cinegrafista na saída do gramado. Na edição do Mundial no Brasil (2014), Messi, enfim, foi protagonista em uma Copa do Mundo. Ele marcou quatro vezes nos três primeiros jogos da Argentina e deu assistência para o atacante Ángel Di Maria fazer, na prorrogação, o gol da vitória sobre a Suíça, por 1 a 0, que levou a equipe alviceleste às quartas de final. Com a braçadeira de capitão, o camisa 10 liderou os hermanos à decisão, mesmo sem balançar as redes no mata-mata. Diante da Alemanha, porém, o craque não aproveitou as chances e a meta de ser campeão mundial no Maracanã sucumbiu ao gol do meia Mario Gotze. Ainda assim, foi eleito o melhor jogador do torneio. A participação de Ronaldo foi curta. Então melhor do mundo, o português chegou ao Mundial no Brasil sofrendo com lesões. A goleada sofrida para os alemães (4 a 0) e o empate por 2 a 2 com os Estados Unidos praticamente sentenciaram o duelo com Gana, na última rodada da fase de grupos, a somente cumprir tabela. O camisa 7 até deixou a marca dele, garantindo o triunfo rubro-verde por 2 a 1, mas Portugal se despediu antes do mata-mata. Veio, então, a Copa da Rússia (2018). Após as derrotas nas finais das Copas Américas de 2015 e 2016 (ambas para o Chile), Messi chegou a anunciar que se aposentaria da seleção, mas voltou atrás. Na estreia dos hermanos o camisa 10 perdeu um pênalti (empate por 1 a 1 com a Islândia) e pouco conseguiu fazer na derrota para a Croácia ( 3 a 0). O craque desencantou contra a Nigéria, marcando o primeiro gol da vitória por 2 a 1, que classificou os argentinos. Nas oitavas de final, apesar de duas assistências, ele viu a França, do atacante Kylian Mbappé, vencer por 4 a 3 e adiar, novamente, o sonho do título mundial. Ronaldo chegou à Rússia novamente como melhor do mundo, além de campeão europeu por Portugal, dois anos antes. Na estreia, tornou-se o atleta mais velho (33 anos e 130 dias) a marcar um hat-trick (três gols na mesma partida) em uma Copa, no empate por 3 a 3 com a Espanha. Ele também se igualou a Pelé ao balançar as redes pelo quarto Mundial seguido. O atacante ainda fez o gol da vitória por 1 a 0 sobre Marrocos, no jogo seguinte. Pela terceira rodada, porém, o camisa 7 desperdiçou um pênalti no empate em 1 a 1 com o Irã, o que custou a liderança do grupo. Nas oitavas, os portugueses caíram para o Uruguai.À caça de recordes
O inédito título mundial é a principal motivação de Messi e Ronaldo no Catar, mas não a única. Ambos podem estabelecer marcas históricas na edição deste ano. Caso entre em campo, o argentino se tornará o jogador com mais Copas no currículo (cinco) em seu país. Se participar dos três jogos da primeira fase, será o hermano com mais atuações na competição, chegando a 21 e superando o ídolo Diego Armando Maradona. Por fim, o camisa 10 está a quatro bolas na rede de igualar o feito do ex-atacante Gabriel Batistuta, autor de 10 gols, como maior artilheiro da Argentina em Mundiais. Já Ronaldo, se balançar a rede no Catar, será o primeiro a marcar em cinco Copas consecutivas. Na lista dos jogadores mais velhos a balançarem as redes na história da competição, o astro ficaria atrás somente do ex-atacante Roger Milla, que tinha 42 anos e 39 dias quando fez o gol de honra de Camarões na derrota por 6 a 1 para a Rússia, nos Estados Unidos (1994) - o português terá 37 anos e oito meses no Mundial do Oriente Médio. Pela primeira vez desde que se tornaram as duas principais grifes do futebol mundial, os craques chegam à Copa sem um deles ser o melhor do mundo. O momento de ambos também é distinto. Ainda que sem o protagonismo dos anos de Barcelona, Messi tem feito bons jogos pelo Paris Saint-Germain (França), após uma temporada 2021/22 abaixo das expectativas, na qual sequer foi listado, por exemplo, entre os 30 finalistas do prêmio Bola de Ouro, da revista France Football. Já com a torcida argentina, o clima do camisa 10 é de festa, depois de, enfim, liderar a conquista do título da última edição da Copa América, no Brasil, no ano passado. Ronaldo, ao contrário, vive momento delicado no clube e na seleção. Ausente de quase toda a pré-temporada do Manchester United (Inglaterra), de onde tentou sair - ele tem sido pouco aproveitado pelo técnico Erik Ten Hag. Em algumas partidas do Campeonato Inglês, deixou o banco de reservas antes do apito final. Vestindo a camisa rubro-verde, o craque foi criticado pelas atuações nos últimos amistosos e teve até a titularidade questionada. O Mundial do Catar pode ser a oportunidade derradeira para o camisa 7 dar a volta por cima na temporada. A estreia da Argentina, de Messi, na Copa do Catar, será em 22 de novembro, às 7h (horário de Brasília), diante da Arábia Saudita, pelo Grupo C, no Estádio Lusail. No dia 24, às 13h, será a vez de Portugal, de CR7, debutar no Mundial, contra Gana, no Estádio 974, pelo Grupo H.Mais lidas
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