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Irã ameaça dar 'passo mais firme' para se distanciar de acordo nuclear se Europa não agir
A República Islâmica disse que violará um por um os limites impostos pelo acordo às suas atividades nucleares, aumentando a pressão sobre os países que ainda esperam salvá-lo, e ameaçou adotar novas medidas até 6 de setembro, como um enriquecimento de urânio de 20% ou a reativação de centrífugas que o realizam.
"O Irã está preparado para reduzir seus compromissos se as partes europeias não mostrarem determinação suficiente. O terceiro passo foi concebido e será mais firme que o primeiro e segundo passos para criar equilíbrio entre os direitos do Irã e os compromissos com o JCPOA", disse o porta-voz Abbas Mousavi, segundo a agência estatal de notícias Irna, usando a sigla do acordo nuclear.
O vice-chanceler iraniano, Abbas Araghchi, está a caminho de Paris para conversar com autoridades francesas sobre o pacto.
Também nesta segunda-feira (2), o porta-voz do governo do Irã disse que as opiniões de sua nação e da França a respeito do acordo se aproximaram, sobretudo depois de telefonemas entre o presidente Hassan Rouhani e seu colega francês, Emmanuel Macron.
"Felizmente, os pontos de vista se aproximaram em muitas questões, e agora estão sendo realizadas discussões técnicas sobre maneiras de cumprir os compromissos europeus (com o acordo nuclear)", disse o porta-voz Ali Rabiei em comentários transmitidos pela televisão estatal, sem entrar em detalhes.
Acordo foi iniciativa de Obama
Em 2015, o Irã aceitou firmar um acordo nuclear com as cinco maiores potências do mundo (Estados Unidos, Reino Unido, França, China e Rússia) mais a Alemanha. O objetivo era impedir que o país desenvolvesse armas nucleares. Em contrapartida, as sanções da ONU contra o país seriam suspensas.
O presidente dos EUA, então, era Barack Obama. Donald Trump, eleito em 2016, diz considerar que o acordo nuclear com o Irã com o "pior da história". Em maio de 2018, ele reimpôs às sanções contra o país.
Desde então, as tensões entre as duas nações se acirraram. Em junho, Trump chegou a dizer que decidiu abortar um ataque contra o Irã em cima da hora.