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Venezuela inicia manobras militares na fronteira com a Colômbia

10/09/2019
Venezuela mobilizou cerca de 150 mil soldados para as manobras militares iniciadas nesta terça-feira (10) na fronteira com a Colômbia, em meio à crescente tensão entre Caracas e Bogotá, informou o comando da Força Armada.   As manobras na fronteira de 2,2 mil km com a Colômbia, ordenadas pelo presidente Nicolás Maduro, devem prosseguir até 28 de setembro.chavista declarou "alerta laranja" e anunciou a mobilização após o presidente colombiano, Iván Duque, dizer que o regime venezuelano estaria por trás da retomada da luta armada por ex-integrantes das Forças Armadas Revolucionárias (Farc).   Em ato transmitido pela TV estatal, Maduro declarou que a mobilização desta terça-feira inclui militares da força terrestre, mísseis e aparato antiaéreo "para deixar tudo pronto para defender" o território venezuelano. Segundo ele, a Força Armada tem "um conceito eminentemente defensivo", mas "sem renunciar à ofensiva jamais".   No mesmo tom, o chefe do Comando Estratégico Operacional, almirante Remigio Ceballos, afirmou que a Força Armada "é uma força de paz".  

Tensão entre vizinhos

A Colômbia e o regime de Maduro na Venezuela estão com relações cortadas desde fevereiro, pouco depois de Bogotá reconhecer o oposicionista Juan Guaidó como presidente interino venezuelano.   A relação piorou na semana passada, quando o presidente colombiano, Iván Duque, acusou o chavismo de abrigar dissidentes da guerrilha das Farc. Antigos combatentes da organização anunciaram a retomada da luta armada – movimento rechaçado inclusive por ex-integrantes do grupo, que se tornou partido político com força parlamentar.   Na visão de Maduro, a Colômbia está por trás de sabotagem ao regime chavista. "Nos últimos três meses tentaram, a partir da Inteligência do governo colombiano, cooptar suboficiais e oficiais venezuelanos para afetar nosso sistema de radares, sistema de defesa aérea e seus aviões, sistema de defesa antiaérea e o sistema de mísseis", afirmou.   Após as declarações de Maduro, o chanceler colombiano, Carlos Holmes Trujillo, afirmou que a Colômbia estava pronta para "defender a soberania". No dia seguinte, em tom menos bélico, Duque descartou uma intervenção militar na Venezuela.