"Nossos policiais que foram atacados estão no hospital, carros de patrulha [foram] arruinados, empresas [foram] danificadas", disse o presidente do sindicato de policiais de Houston, Joe Gamaldi, em um tuíte. "Não é isso que somos como cidade e comunidade. Protegeremos seu direito de protestar, mas não permitiremos que nossa cidade entre em caos", declarou.
Em Dallas, no mesmo estado, o prefeito, Eric Johnson, apoiou os "clamores por justiça" dos manifestantes e reconheceu que a maior parte deles foi "pacífica e respeitosa", mas disse que havia "algumas poucas pessoas que aparentemente têm outros objetivos e vêm destruindo e roubando propriedade."
Em Minneapolis, no estado de Minnesota, onde ocorreu o caso, cerca de 50 pessoas foram presas. A polícia precisou chamar reforços para lidar com os protestos, informou a CNN.
Durante a noite e pela madrugada, também houve protestos em frente à Casa Branca, residência oficial do presidente Donald Trump na capital americana, Washington DC. Os manifestantes, que antes haviam percorrido a cidade, foram contidos por barreiras montadas por agentes do Serviço Secreto.
Em um tuíte deste sábado (30), Trump disse que os protestos no local tinham "pouco a ver" com a memória de George Floyd, e que os manifestantes só estavam lá para "causar problema".
Em Atlanta, na Geórgia, vidro quebrado e tijolos foram deixados para trás depois de uma noite e uma madrugada de violência. Durante os protestos de sexta-feira (29), os manifestantes protestaram em frente à sede da CNN, que fica na cidade, e quebraram vidros do prédio. Um repórter da emissora chegou a ser preso na cobertura dos eventos.
Em Denver, no Colorado, a polícia usou objetos com pimenta para dispersar os manifestantes. O prefeito da cidade, Michael Hancock, chamou os protestos de cenas "desnecessárias, sem sentido e destrutivas".
Morte de George Floyd
George Floyd morreu no dia 25 de maio, depois de ser asfixiado por 8 minutos e 46 segundos pelo policial branco Derek Chauvin em Minneapolis, no estado de Minnesota. Na sexta-feira (29), Chauvin foi detido e acusado de homicídio. Documentos obtidos pela rede americana CNN mostram que a fiança do policial foi estabelecida em US$ 500 mil (cerca de R$ 2,7 milhões).Segundo a acusação contra Chauvin, ele manteve seu joelho sobre o pescoço de Floyd durante os 8 minutos e 46 segundos, sendo que nos últimos 2 minutos e 53 segundos o homem, negro, já estava inconsciente. A autópsia informou, entretanto, que não houve "nenhum achado físico que apoie o diagnóstico de asfixia traumática ou estrangulamento".
No entanto, o efeito conjunto de George Floyd ter sido asfixiado mais suas condições de saúde pré-existentes e a possibilidade de haver substâncias intoxicantes em seu corpo "provavelmente contribuíram para sua morte", de acordo com a acusação.
Histórico
Vários homens negros morreram nas mãos de policiais nos EUA nos últimos anos:
- Em 2015, Freddie Gray, de 25 anos, morreu sob custódia da polícia em Baltimore, no estado de Maryland. A morte dele foi depois qualificada como homicídio, mas o caso acabou sendo arquivado.
- Em 2014, Michael Brown, de 18 anos, morreu depois de ser baleado por um policial em Ferguson, no Missouri.
- Em 2012, Trayvon Martin, de 17 anos, também morreu depois de ser baleado por um policial em Sanford, na Flórida.Em 2009, Oscar Grant, de 22 anos, morreu depois de ser também baleado pela polícia em Oakland, na Califórnia, onde também houve protestos pela morte de Floyd.