Mundo
Polícia israelense mata a tiros um palestino com autismo em Jerusalém
Um porta-voz policial afirmou que o homem teve de ser “neutralizado” por ter fugido quando os policiais tentaram pará-lo sob suspeita de que portava um objeto “que parecia uma pistola”, e os agentes abriram fogo contra ele durante a perseguição. O departamento de assuntos internos da polícia abriu uma investigação do caso, sobre a qual as autoridades impuseram um embargo de informações, informa a agência Reuters. Dois agentes da Polícia de Fronteira foram interrogados.
Ayman Oded, líder parlamentar da Lista Conjunta, aliança de partidos árabes israelenses que representa a minoria de origem palestina, afirmou que seu grupo vai trabalhar para que os fatos “não sejam encobertos e os agentes responsáveis sejam presos”.
O secretário-geral da Organização para a Liberação da Palestina, Saeb Erekat, alertou no Twitter que o “crime [contra uma pessoa com deficiência] pode ficar impune a não ser que o mundo pare de tratar a Israel como um Estado que está acima da lei e o Tribunal Penal Internacional cumpra sua função”.
Depois do anúncio de que o novo Governo de Benjamim Netanyahu pretende anexar a Israel, a partir de julho, os assentamentos judaicos e o Vale do Jordão da Cisjordânia, sob ocupação militar há quase 53 anos, ocorreram incidentes violentos na última semana.
Um palestino foi morto a tiros na sexta-feira por soldados israelenses contra os quais tinha tentado investir com seu carro perto de Ramallah, na Cisjordânia. Na segunda-feira, outro palestino foi gravemente ferido à bala em Jerusalém Oriental após tentar esfaquear um policial.
O Exército israelense planeja reforçar sua presença na Cisjordânia e colocou em alerta suas unidades diante da ameaça de uma explosão de violência. A Autoridade Palestina anunciou na semana passada a suspensão da coordenação entre suas forças de segurança e as tropas israelenses.