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Estudo de Harvard indica que o coronavírus começou a circular em Wuhan em agosto, meses antes de surto
Analistas da universidade norte-americana observaram um aumento no tráfego (entre 110 e 150 veículos estacionados a mais diariamente) em cinco áreas hospitalares de Wuhan, bem como um incremento nas buscas na Internet com os termos “tosse”, “sintomas respiratórios” e “diarreia”.
A mesma pesquisa reconhece que o aumento nessas buscas, exceto as relacionadas com sintomas de desconforto intestinal, também ocorre nas temporadas anuais da gripe. No entanto, o cruzamento de dados leva os pesquisadores a calcular que o vírus, com base no afluxo de pessoas a clínicas médicas e buscas na Internet, já estava em circulação no final do verão passado na China. “O aumento de ambos os indicadores precede o início documentado da pandemia de covid-19, em dezembro”, dizem.
A OMS já enviara em fevereiro uma missão para investigar a origem da pandemia e deseja retomar as investigações com uma nova missão a Wuhan. “Isso é de vital importância para a saúde pública, porque, sem saber qual é a origem animal, é difícil tentar impedir que isso aconteça novamente no futuro”, explicou a epidemiologista da OMS Maria Van Kerkhove.
Os pesquisadores de Harvard assinalam que o estudo é uma demonstração do valor das fontes de informação digital para a vigilância de patógenos emergentes.
Na mesma linha trabalha o pesquisador espanhol José Javier Ramasco, do Conselho Superior de Pesquisa Científica (CSIC), que destacou, em uma conferência sobre mobilidade e covid-19, realizada no mês passado, a importância de se observar a mobilidade urbana em tempo real e usar distintas fontes de dados.
O Ministério dos Transportes da Espanha estuda a “caracterização da mobilidade nos níveis nacional, de comunidades autônomas, provincial e local”, com o objetivo de “apoiar o trabalho de monitoramento da evolução da doença”. Da mesma forma, o Instituto Nacional de Estatística (INE) preparou um primeiro estudo DataCOVID sobre mobilidade.