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China detecta um novo surto de coronavírus ligado ao principal mercado de Pequim
Seis dos sete novos contágios confirmados estão vinculados ao Xinfadi, onde foram detectados outros 45 casos assintomáticos
O porta-voz da Comissão Municipal de Saúde, Gao Xiaojun, disse que esse organismo planeja realizar testes de coronavírus em todas as pessoas que possam ter tido contato com o mercado desde 30 de maio. Pequim tem capacidade para fazer até 90.000 testes por dia.
Na coleta de amostras no mercado de Xinfadi foi detectado coronavírus em uma tábua usada para cortar salmão importado. Até o momento não está claro se a fonte do vírus foi algum lote desse peixe —e, nesse caso, em que momento de seu processamento ocorreu a contaminação— ou se algum dos trabalhadores contagiados tocou na tábua quando já estava doente. Por precaução, os supermercados de Pequim e de outras cidades chinesas recolheram o salmão que tinham disponível. Esse peixe também desapareceu que algumas das principais plataformas de comércio eletrônico especializadas em alimentação.
Outras amostras colhidas em supermercados e em outros mercados atacadistas não apresentaram contaminação, segundo a revista econômica Caixin. O episódio não deixa de lembrar o início do foco original da pandemia, quando vários dos primeiros casos detectados na cidade de Wuhan estavam relacionados com um mercado —naquele caso, de peixes e mariscos, no qual eram vendidos também animais selvagens.
Redução do alerta sanitário
O novo surto em Pequim ocorre apenas uma semana depois que a capital reduziu seu alerta sanitário do nível dois para o três —em uma escala de quatro em que o nível um é o mais grave. Com isso, tinham sido relaxados os controles de temperatura e as normas sobre a obrigatoriedade de usar máscara em público, vigentes desde o começo da pandemia.
Evitar casos em Pequim era uma das maiores prioridades das autoridades sanitárias chinesas. Para impedir a chegada de casos importados, os poucos voos internacionais com destino à capital aterrissam primeiro em outras cidades chinesas, onde a grande maioria dos passageiros é colocada em quarentena por 14 dias antes de receber autorização para entrar na metrópole. Desde o começo da pandemia, a China declarou ter tido aproximadamente 82.000 casos confirmados de infecção pelo novo coronavírus. Cerca de 4.600 pessoas morreram, segundo dados oficiais.
Segundo as autoridades sanitárias de Pequim, entre os seis contágios relacionados ao mercado, dois são de trabalhadores do Centro de Pesquisa de Produtos de Carne que foram ao Xinfadi por motivo de trabalho. Outros três são funcionários das instalações, e a sexta pessoa, uma mulher, era encarregada de uma das barracas.