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Eleições europeias: resultado parcial confirma que ambientalistas perdem espaço e extrema direita avança, mas conservadores mantêm domínio
Grupo da direita se manteve como maioria, embora tenha recuado de 39% para 36% no número de cadeiras, segundo apuração parcial. Já bloco ultradireitista avançou de 16% para 18%, e os ambientalistas caíram de 10% para 7%. Siglas da esquerda, que eram 25%
Resultados parciais das eleições para o Parlamento da União Europeia divulgados nesta segunda-feira (10) confirmaram a guinada à direita da Casa, o braço legislativo do principal bloco econômico do mundo.
No entanto, a contagem de votos indicou também que a ascensão da extrema direita foi menor que a esperada, e que a direita tradicional deve conseguir, através de alianças, garantir o poder. Siglas da esquerda sofreram perdas significativas, mas a maior derrota foi a de partidos ecologistas/ambientalistas.
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FRANÇA Após derrota nas eleições do Parlamento Europeu, Macron dissolve parlamento e convoca novas eleições na França PARLAMENTO EUROPEU Por que direita radical avançou tanto na eleição da União EuropeiaOs resultados parciais mostram que:
- Direita - o bloco da direita encolheu de 39% para 36% do total de assentos, na comparação com a legislatura passada, principalmente por conta do recuo do partido do presidente francês, Emmanuel Macron (o Renascimento). Ainda assim, permanece a principal força no Parlamento europeu. O Partido Popular europeu, de centro-direita, angariou o maior número de assentos: 186 das 720 cadeiras;
- Extrema direita - As siglas da extrema direita, lideradas pela francesa Marine Le Pen e pela primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, ampliaram seu espaço, passando de 16,7% para 18,1% de representação no parlamento; Essa conta não inclui o Afd, da Alemanha, expulso do grupo de Le Pen após um dirigente dizer que nem todos os soldados nazistas eram criminosos de guerra.
- Verdes - O partido ambientalista, uma força tradicional no legislativo europeu, encolheu de 10% para 7% o número de assentos -- foi a maior derrota da eleição;
- Esquerda - O bloco da esquerda, formado pelo partido socialista e outras siglas de esquerda, também teve um leve recuo e passou a representar 23% do parlamento. Na legislatura anterior, o grupo tinha 25% das cadeiras. De forma isolada, a aliança socialista e democrata foi a segunda mais votado na eleição, conquistando 135 dos 720 assentos.
Até a última atualização desta reportagem, já havia resultados finais em 12 dos 27 países que participam do Parlamento europeu: Bélgica, Croácia, Chipre, República Tcheca, França, Alemanha, Grécia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Polônia e Eslováquia.
Em outros 14 Estados membros -- Áustria, Bulgária, Dinamarca, Estônia, Finlândia, Hungria, Itália, Letônia, Holanda, Portugal, Romênia, Eslovênia, Espanha e Suécia -- os resultados eram parciais. E em um país, a Irlanda, a contagem ainda não estava disponível.
O comparecimento médio dos eleitores do bloco às urnas foi de 50,8%, ainda de acordo com a contagem parcial do Parlamento europeu -- o voto era obrigatório apenas em quatro países.
A apuração recolhe dados de votação de todos os países. Veja, a seguir, resultados isolados de alguns países:
França
A França foi um dos países onde a extrema direita mais avançou, o que provocou uma turbulência política no país.
O partido de extrema direita Reunião Nacional (RN), liderado pelo jovem ultradireitista Jordan Bardella, obteve cerca de 31,37% dos votos. A aliança Besoin d'Europe – que inclui a chapa do Presidente França, Emmanuel Macron – ficou em segundo lugar, com 14,6%.
Ainda no domingo (9), após os resultados, o presidente francês, Emmanuel Macron, dissolveu o Parlamento e anunciou eleições antecipadas, em junho.
Alemanha
Assim como o presidente francês, Emmanuel Macron, o partido social-democrata (SPD) do chanceler, Olaf Scholz, teve resultado abaixo do esperado e ficou em terceiro lugar nos resultados de eleitores da Alemanha, com apenas 13,9% dos votos.
A União Democrática Cristã (CDU/CSU) conquistou 30% dos votos, enquanto o Alternativa para a Alemanha (AfD) ficou na segunda posição com 15,9%. O SPD teve o pior resultado da história com 13,9% dos votos.
O governo da Alemanha descartou a convocação de eleições antecipadas, assim como a França, afirmou um porta-voz de Scholz nesta segunda-feira (10).
O porta-voz disse que “a data normal das eleições é no próximo outono. E é isso que pretendemos fazer”.
O presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, fez um apelo para que os eleitores contenham o avanço da extrema direita. "Conhecemos os danos causados na Europa pelo nacionalismo e o ódio", disse, durante uma cerimônia em uma cidade francesa destruída pela Alemanha nazista.
Itália
Giorgia Meloni em 5 de junho de 2024 — Foto: Adnan Beci / AFP
O Irmãs da Itália, partido de extrema direita da primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, venceu as eleições europeias em Itália com 28% dos votos, mais do que previsto.
A sigla conquistou mais votos até que os 26% angariados nas eleições gerais de 2022.
Bélgica
Na Bélgica, o primeiro-ministro, Alexander de Croo, anunciou que vai apresentar sua renúncia após a derrota de seu partido, liberal no pleito europeu. Embora já fosse esperado que a sigla ficasse atrás da extrema direita e dos nacionalistas, a derrota foi maior do que a esperada, inclusive em seu próprio domicílio eleitoral.
Apesar da expansão da extrema direita no país, os nacionalistas, de centro-direita, foram os mais votados.
Polônia
Já na Polônia, os eleitores barraram a expansão da extrema direita e votaram em maioria no partido de centro, do primeiro-ministro do país, Donald Tusk. A sigla obteve 37,1% dos votos.
Jovens
Uma das explicações dadas pela imprensa europeia nesta segunda para a expansão da extrema direita é o voto jovem, que migrou de um eleitorado ambientalista para outro ultraconservador.
Ao longo das últimas cinco eleições para o Parlamento europeu, a participação e as preferências dos jovens mudaram significativamente em resposta a vários fatores socioeconômicos, políticos e culturais.