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Drones e armas hipersônicas: China revela novo arsenal militar em desfile
Espetáculo oferecerá um raro vislumbre da tecnologia militar chinesa e deve contar com mais de 10 mil soldados, 100 aeronaves e centenas de veículos terrestres

Em duas horas, a China realizará um grande desfile militar na Praça da Paz Celestial, em Pequim, para comemorar o 80º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial, após a rendição do Japão às forças aliadas em 2 de setembro de 1945.
O espetáculo contará com mais de 10 mil soldados, 100 aeronaves e centenas de veículos terrestres.
Na cerimônia, a China vai exibir o seu poder militar sob o comando do líder Xi Jinping, que fez da modernização do Exército de Libertação Popular (ELP) uma missão central de seu governo.
O desfile oferecerá um raro vislumbre da tecnologia militar chinesa, que avança rapidamente. Autoridades afirmam que todos os equipamentos em exposição são de produção nacional e estão em serviço, mas muitos deles serão vistos em público pela primeira vez, incluindo drones de última geração, sistemas de interferência eletrônica, armas hipersônicas, tecnologias de defesa aérea e antimísseis e mísseis estratégicos.
Pequim projeta força militar em um momento de crescente incerteza geopolítica, com o presidente dos EUA, Donald Trump, rompendo alianças e parcerias antigas.
A situação também ocorre em meio à postura cada vez mais assertiva da China em relação a Taiwan e suas disputas territoriais com os países vizinhos.
Do alto do Portão da Paz Celestial, Xi se dirigirá à nação antes de inspecionar as tropas. Espera-se que suas palavras reforcem o orgulho nacional em casa e enviem uma mensagem aos rivais e amigos de Pequim no exterior.
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Xi será acompanhado na tribuna da Praça da Paz Celestial por um seleto grupo de líderes estrangeiros.
O mais proeminente será o presidente russo, Vladimir Putin, que se tornou cada vez mais dependente do apoio de Pequim desde a invasão da Ucrânia.
Também estará presente o norte-coreano Kim Jong-un, que apoiou a guerra de Moscou e enviou milhares de soldados para lutar ao lado das forças russas.
O primeiro desfile militar de Xi como líder máximo da China ocorreu em 2015, no 70º aniversário da rendição do Japão.
Uma década depois, durante a qual se tornou o líder mais poderoso da China desde Mao Zedong, Xi implementou reformas abrangentes que reformularam a estrutura de comando do ELP, aprimoraram seu arsenal e reforçaram sua capacidade de "lutar e vencer guerras" — seu objetivo repetidamente declarado para a prontidão militar chinesa.