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Por que Trump vai mudar o nome do Pentágono para Departamento de Guerra?
Presidente deve assinar ordem executiva, mas alteração oficial demandaria aprovação do Congresso

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deve assinar um decreto nesta sexta-feira (5) alterando o nome do atual Departamento de Defesa para "Departamento de Guerra".
A ordem deve autorizar o secretário Pete Hegseth e funcionários subordinados a usarem títulos "secundários" como "secretário de Guerra" e "secretário-adjunto de Guerra" em correspondências oficiais e comunicações públicas, de acordo com um folheto informativo da Casa Branca.
Isso porque qualquer mudança oficial requer ação do Congresso -- o que faria com que o órgão ainda seja chamado, oficialmente, de Departamento de Defesa até que isso ocorra.
A pasta era chamada de Departamento de Guerra até 1949, quando o Congresso consolidou o Exército, a Marinha e a Força Aérea após a Segunda Guerra Mundial.
A alteração da nomenclatura à época foi feita em parte para sinalizar que, na era nuclear, os EUA estavam focados em prevenir guerras, segundo historiadores.
Mudar o nome novamente será caro e exigirá a atualização de placas e papéis timbrados usados não apenas por autoridades do Pentágono em Washington, D.C., mas também em instalações militares ao redor do mundo.
O Departamento de Defesa americano também é chamado muitas vezes de Pentágono, nome da sede onde fica o órgão.
Por que Trump quer mudar o nome do Pentágono?
Trump havia mencionado a possibilidade de uma mudança do nome do Departamento de Defesa em junho, quando sugeriu que ele foi alterado originalmente para ser "politicamente correto".
No mês passado, o presidente afirmou a repórteres: "Você sabe que esse era o nome quando vencemos a Primeira Guerra Mundial, vencemos a Segunda Guerra Mundial, vencemos tudo. Para mim, parece muito mais apropriado".
"Defesa é muito defensivo. Queremos ser defensivos, mas também queremos ser ofensivos, se necessário", adicionou.
O secretário Pete Hegseth, por sua vez, afirmou que a mudança "não é apenas uma questão de palavras — é uma questão do espírito guerreiro".
Mas, para alguns integrantes do governo americano, esse esforço vem de muito antes.
Durante o primeiro mandato de Trump, o atual diretor do FBI, a agência de investigações federal dos EUA, Kash Patel, que esteve brevemente no Pentágono, tinha uma assinatura em seus e-mails que dizia: "Chefe de Gabinete do Secretário de Defesa e do Departamento de Guerra".
"Vejo isso como uma homenagem à história e à herança do Departamento de Defesa", disse Patel à Reuters em 2021.