Opinião

Promovida por ato de bravura

Leonel Arruda 29/03/2021
Neste mês em que comemoramos o dia internacional das mulheres, mais precisamente no dia 08 de março; o diário oficial do Estado do dia 18/03/2021 edição 27.961, por decreto do Governador, trouxe a publicação de promoção por ato bravura, da primeira Policial Militar Feminina do Estado de Mato Grosso. A Policial Militar Feminina Claudia Kafer, na época, lotada no município de Colniza/MT, estando de folga no distrito de Guariba, foi até uma sorveteria comprar água ao que se deparou com uma ocorrência em andamento. Protegida pelo artigo 23 do código penal brasileiro, entrou em ação. No momento o meliante desceu de uma motocicleta e foi em direção à vítima e passou a desferir “facãozada” na mesma com intuito de matá-la. Assim por dever de agir, como policial, ela teve que intervir sob pena de responder criminalmente, e protegida pela Lei, agiu corretamente, efetuou um disparo de arma de fogo na perna do suspeito e dando voz de prisão de imediato. Por esse fato, tendo entrado em ação sozinha a Policial Militar Claudia Kafer foi promovida ao posto de 3º sargento da Polícia Militar. Sendo esta a primeira Policial Militar Feminina a ser promovida por ato de bravura, e diga-se de passagem merecidamente. Parabéns a Polícia Militar do Estado que reconhece a bravura de seus pares e lhes agracia com a promoção devida. Caso semelhante onde uma mulher policial entrou em ação no sentido de proteger a sua vida e a vida de outrem, foi no município de Suzano/SP. A então Policial Militar Katia da Silva Sastre, no dia das mães, na porta do colégio da filha, onde receberia homenagens pelo dia, se deparou com um assalto em andamento. Não titubeou e entrou em ação. Sacou de sua arma e efetuou um disparo no bandido que em seguida veio a óbito. Por esse fato ficou conhecida nacionalmente, tudo foi gravado por câmeras de segurança, ato seguinte candidatou-se a deputada federal, sendo eleita em 2018. Não raramente vemos fatos onde policiais femininas entram em ação para proteger o cidadão, no dia a dia. Outro caso onde uma policial, desta vez uma Policial Civil - Rosemari Márcia Menegat, teve que agir de forma enérgica, foi no município de Confresa/MT; onde um preso entrou em luta corporal com policiais daquela delegacia e desferiu facadas nos investigadores, por infelicidade um deles veio a óbito, uma escrivã recebeu dois golpes de faca e um outro também foi esfaqueado. Ocorre que os demais colegas foram salvos por bravura de uma investigadora que efetuou disparos de arma de fogo no delinquente, que não morreu, mas ela salvou a vida dos colegas que já estavam esfaqueados. Ocorre que, de modo geral, esses mesmos policiais que labutam diariamente para proteger a sociedade não são vistos com os mesmos olhos pelos governantes, se assim fossem estariam na ordem de prioridades como da vacina contra o covid-19, por exemplo. Não sabemos quando os policiais receberão a vacina e se de fato irão vacinar, ouve até um burburinho de que presos teriam prioridades em relação à policiais. Não que não mereçam vacinar, porém, quem está dispersando aglomerações, acompanhando fiscais de prefeituras ficando até de madrugada realizando blitz para que populares não desrespeitem Leis e Decretos? São os policiais. Que são atividades essenciais. Nesse sentido já tem entendimento no STF - Supremo Tribunal Federal, de que policiais são essenciais e são proibidos de fazerem greves. Ora, para fazerem greve são proibidos, são de serviços essenciais, mas para se vacinarem e continuarem na proteção da sociedade, aí não! Se quer os policiais do Estado receberam o RGA – revisão geral anual. Não que são melhores que outros servidores, porém, merecem o mesmo tratamento, que servidores de outros poderes que receberam a revisão geral anual, isso ao menos amenizaria a situação de vários policiais do Estado que precisam do salário para sobreviver.   Leonel Arruda é bacharel em economia, direito, servidor público e escritor