Saio às seis,
Volto às vinte,
Gosto do intervalo e da casa,
Que é meu reino
Mas não mando coisa alguma
Embora seja mais ou menos um terço de minha vivência.
Tomo banho pela manhã
Leio alguém criticando quem escreveu alguma coisa na semana passada
E a crítica é ácida e sem motivação,
Chama de ignorante o escritor,
que não saberia de nada.
Será?
Quem que sabe?
Sabe quem inventou a vacina para prevenir contra Covid-19!
Ou da varíola!
Sabe quem inventou a nuvem de armazenamento e transmissão em tempo real de arquivos!
Quem inventou o mercado eletrônico!
Que fez a net!
Quem tornou possível as pessoas falarem ao vivo se vendo!
O resto…
É filosofia e qualquer um pode discutir,
Pode filosofar,
A não ser se o fisiólogo achar que só ele é capaz de entender o mundo, contrariando Sócrates retratado por Platão, de que sabia que nada sabia,
Mas hoje as coisas são diferentes,
As pessoas têm mais informações
E ninguém pode ser chamado de tolo,
A não ser, meu amigo, que seja desprovido das faculdades mentais,
Pois quem for normal
Tem muitas informações, cujo conhecimento os signos dos intelectuais não conseguem barrar.
O meu lema é:
O povo pode ser simples e humilde,
Mas é inteligente
Ainda que não tenha estudado
Sabe muito e tem bastante coisa a ensinar,
E se temos duas ou três opções para escolhermos,
O povo sabe e saberá qual a sua própria imagem e semelhança,
Não adianta querer adivinhar,
Não cabe nesse aspecto uma decisão antecipada de mérito.
Só o tempo dirá.
E qualquer decisão que vier
Tem que ser respeitada
Por que?
Porque isso é o que se chama democracia,
Do conhecimento
E do poder.
Arnaldo Justino da Silva é Promotor de Justiça em Mato Grosso