Polícia

Waldir Teis, que foi preso pela PF, não preenchia requisitos para ser conselheiro do TCE/MT e mesmo assim foi indicado; MP se mostrou inerte, na época

O conselheiro afastado do Tribunal de Contas de Mato Grosso, Waldir Júlio Teis, que tomou posse no TCE/MT no dia 14 de dezembro de 2007 não tinha requisitos legais para assumir o cargo no órgão

05/07/2020
O conselheiro afastado do Tribunal de Contas de Mato Grosso, Waldir Júlio Teis, que tomou posse no TCE/MT no dia 14 de dezembro de 2007 não tinha requisitos legais para assumir o cargo no órgão. Mas, mesmo assim foi escolhido pelo ex-governador Blairo Maggi, que o indicou e teve seu nome aprovado pela Assembleia Legislativa de Mato Grosso, na época comandado pelo ex-Deputado Estadual José Gerado Riva, um dos político mais processados do país. Mas, o estanho é saber que o Ministério Público de Mato Grosso ficou inerte e nada fez. A inação dos promotores e procuradores de justiça tinha uma explicação: não queria confrontar o poder executivo, sob Blairo Maggi, para não reduzir o duodécimo daquele órgão, na época. A indicação de Waldir Teis ‘feriu’ a Constituição Federal em seu artigo 73, § 1º, II, d), e que diz: “ter notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e financeiros ou de Administração Pública”, e ainda o artigo 73, § 1º, III; e) e que afirma: “contar mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva atividade profissional para a qual sejam exigidos os conhecimentos mencionados na alínea anterior”. Teis não tinha jurídicos, contábeis, econômicos e financeiros ou de Administração Pública e também não contava com mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva atividade profissional. Esses requisitos para a escolha de um conselheiro do TCE de Mato Grosso deixou de ser um ato predominantemente discricionário para ser estritamente vinculado aos parâmetros da Lei. Waldir Teis só trabalhou em serviço publico por três anos e meio como secretário de Fazenda de Mato Grosso na gestão de Blairo Maggi, entre a metade dos anos de 2003 até 2007, quando foi indicado. Portanto, ele não preenchia os requisitos concernentes à indicação para o cargo. Antes, Waldir Teis trabalhava como auxiliar contábil na empresa Amaggi, de propriedade do ex-governador Blairo Maggi. Waldir Teis foi preso pela Polícia Federal na quarta feira, 1º, e levado para a Superintendência da Polícia Federal, em Cuiabá, onde prestou depoimento. Antes ele foi levado para fazer exame de corpo delito no Instituto Médico Legal (IML) onde fez exame de corpo de delito. Ele cumpre prisão preventiva por obstrução à justiça, Teis foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) junto ao STJ. Teis faz parte de uma quadrilha formada por outros cinco conselheiros: Antônio Joaquim, Walter Albano, Sérgio Ricardo, e José Carlos Novelli de desviarem R$ 137.076.812,05 milhões do próprio Tribunal de Contas de Mato Grosso(TCER/MT) em um bem organizado ‘esquema’ de corrupção enraizado no ‘seio’ do órgão. Eles fraudaram licitação e pagaram R$ 212.402.631,49 milhões para as empresas Ábaco Tecnologia da Informação Ltda, de sua propriedade, e ainda por Spazio Digital Soluções em TI e Digitalização, Simetrya Tecnologia da Informação Ltda, Complexx Tecnologia Ltda, Serprel Comércio de Produtos de Informática Ltda, JFTC Teleinformática Ltda – ME, Impar Gestão e Soluções, Allen Rio Serv. e Com. de Prod. de Informática Ltda, Travessia Desenvolvimento Organizacional Ltda, Tecnomapas Ltda, Gendoc, Prixx Tecnologia da Informática Sistemas e Empreendimentos LTDA e o Consórcio Simaker (Consórcio entre as empresas Simetrya e Aker), em contratos em tecnologia da informação para fornecimento de software com T.I., para o próprio TCE/MT, compreendidos entre 2012 e 2015. Além disso, o conselheiro fez parte da extorsão contra o ex-governador Silval Barbosa(MDB) na ordem de R$ 53 milhões, para aprovar as contas de Governo, na época. Ele é natural de Taió, interior de Santa Catarina. No sábado, 04, a PF liberou as imagens em que o Conselheiro afastado por corrupção do Tribunal de Contas de Mato Grosso, Waldir Júlio Teis, tenta esconder cheques em seu escritório – durante a 16ª Operação Ararath – denominada Gerion – realizada no dia 17 de junho pela Polícia Federal em seu escritório sob determinação do ministro Raul Araújo do Superior Tribunal de Justiça(STJ). Waldir Teis tentou obstruir provas amassando cheques e jogando-os em uma lixeira. Ele desceu 16 andares do prédio onde está localizado o seu escritório e foi acompanhado por um Policial Federal. Os cheques estavam no bolso do conselheiro e chegando no andar em que estava uma lixeira, ele jogou. Mas, ele foi flagrado pelo Policial Federal. Waldir Teis não percebeu que foi seguido pelo Policial Federal quando descia a escada. Caso o Ministério Público resolva agir, ele pode pedir a saída de Teis, na justiça, por afrontar dispositivos constitucionais. Além disso, o MP pode acionar o ex-governador Blairo Maggi e os Deputados Estaduais, da época, por terem aprovado o nome de Teis, mesmo sem os requisitos legais. Teis, Maggi e os parlamentares podem ser processados por improbidade e a dinheirama ‘surrupiada’ por Teis poderá ser sequestrada pela justiça, pois desvio contra órgão públicos são imprescritíveis.   Veja abaixo os cargos anteriormente ocupados por Teis antes d ser conselheiro WALDIR TEIS