Polícia

O que se sabe sobre o delegado que ganhou caminhonete de Silval Barbosa e foi preso por corrupção em MT

O delegado, segundo o Ministério Público, teria recebido uma caminhonete L200 do sobrinho do ex-governador Silval Barbosa, Antônio da Cunha Barbosa Neto

PEDRO RIBEIRO/DA EDITORIA/COM PC-MT 17/04/2024
O que se sabe sobre o delegado que ganhou caminhonete de Silval Barbosa e foi preso por corrupção em MT
O Ministério Público da Comarca de Peixoto de Azevedo(674 km de Cuiabá) denunciou o delegado da Polícia Civil do município, Geordan Antunes Fontenelle Rodrigues, | Divulgação

O Ministério Público da Comarca de Peixoto de Azevedo denunciou o delegado da Polícia Civil do município, Geordan Antunes Fontenelle Rodrigues, e o investigador Marcos Paulo Angeli, de terem recebido ‘mimos’ do ex-governador de Mato Grosso, SilvaL Barbosa.

Os dois foram presos na manhã de quarta-feira, 17, no bojo da Operação Diaphthora deflagrada pela Corregedoria-Geral da Polícia Civil por ordem da 2ª Vara de Peixoto de Azevedo, Paula Thatiana Pinheiro.

O delegado, segundo o Ministério Público, teria recebido uma caminhonete L200 do sobrinho do ex-governador Silval Barbosa, Antônio da Cunha Barbosa Neto. “Esteve na Delegacia de Polícia, portando uma mochila preta, entretanto, ao deixar a unidade, já não mais a carregava consigo.

Tempos depois o representado DPC Geordan chegou à Delegacia dirigindo uma camionete Mistubishi MMC/L200 Triton Savana [...] que ainda estava em nome de Antônio da Cunha. Contudo, numa atitude completamente estranha, no dia 17/10/2022, houve a comunicação de venda e, consequentemente, a transferência de propriedade desse veículo para Letícia Cristina de Souza Araújo, esposa do DPC Geordan”, diz trecho da decisão da juíza.

O veículo teria sido parte do pagamento de propina à autoridade policial.

A juíza, em sua decisão que ordenou a prisão do delegado fez remissão aos inquéritos e à representação do MPE. Segundo ela, o delegado transformou a delegacia em verdadeiro escritório do crime.

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Ainda, segundo MP, o delegado teria recebido – conjuntamente – com o investigador, de R$ 15 mil de uma vítima de golpe para reaver um veículo e ainda cobrado de fiança de R$ 10 mil de um custodiado.

O delegado Geordan também recebia mesada de R$ 2 mil mensais da Cooperativa de Garimpeiros COOGAVEPE, mas estava descontente porque a empresa repassaria um valor superior a uma entidade assistencial.

A Operação que pendeu o delegado foi feito pela Corregedoria-Geral da Polícia Civil, para cumprimento de 12 ordens judiciais decretadas em investigações que apuraram o esquema criminoso. Foram cumpridos dois mandados de prisão preventiva, sete de busca e apreensão e três medidas cautelares. Os servidores são investigados pelos crimes de corrupção passiva, associação criminosa, e advocacia administrativa.