Aos 77 anos, o veterano político Júlio José de Campos (União Brasil) volta a movimentar os bastidores da política mato-grossense com a possível candidatura ao Governo do Estado nas eleições de 2026.

Com uma trajetória marcada por passagens pelos principais cargos do Executivo e Legislativo, Campos ressurge como nome de peso no debate político regional.

Natural de Várzea Grande, Júlio Campos é um dos políticos mais experientes de Mato Grosso.

Sua carreira teve início nos anos 1970, quando atuou como diretor de órgãos estaduais durante a ditadura militar.

O primeiro grande cargo veio em 1976, quando foi eleito Prefeito de Várzea Grande, cidade que viria a governar até 1982, com forte ênfase em infraestrutura básica e expansão urbana.

Em 1982, foi eleito Governador de Mato Grosso, pelo então PDS, sendo o primeiro a assumir o Executivo estadual após a divisão do estado com a criação de Mato Grosso do Sul.

Sua gestão (1983–1987) foi marcada por grandes obras estruturantes, como a ampliação da malha viária estadual e projetos de integração regional, além do início da interiorização dos serviços públicos essenciais, em um período de transição política nacional.

Após deixar o Palácio Paiaguás, Campos manteve-se ativo. Foi eleito Senador da República em 1990, exercendo mandato entre 1991 e 1999, período em que teve atuação destacada na Comissão de Infraestrutura e nas pautas de desenvolvimento regional.

Voltaria ao Congresso Nacional como Deputado Federal por três mandatos consecutivos (1999–2011), sendo lembrado por sua influência no orçamento e liberação de recursos para obras no estado.

Depois de um hiato, Júlio Campos retornou à cena política ao ser eleito Deputado Estadual em 2022. Desde então, tem defendido pautas como municipalismo, desenvolvimento econômico e fortalecimento do agronegócio. Com forte respaldo do União Brasil e reconhecida habilidade de articulação, passou a ser cotado como pré-candidato ao governo em 2026.

A possível candidatura vem sendo ventilada por aliados próximos, que veem em Campos uma figura de experiência e equilíbrio para liderar o estado em um momento de crescimento econômico, mas também de desigualdades regionais.

Nos bastidores, o ex-governador articula alianças e avalia o cenário político com cautela, mas não descarta a disputa: “Tenho história, tenho serviços prestados, e se for da vontade do povo e do meu partido, estarei pronto”, disse para jornalista na quarta feira, 30.

Apesar do prestígio histórico, Júlio Campos enfrentará desafios significativos caso confirme a candidatura.

O cenário político estadual tem nomes em ascensão e fortes lideranças regionais, além de uma base governista consolidada. Ainda assim, seu nome traz peso, memória e influência, especialmente no eleitorado mais conservador e nas regiões que acompanharam seu legado.

A possível candidatura de Júlio Campos ao governo de Mato Grosso reacende o debate sobre experiência versus renovação. Com um currículo extenso e envolvimento direto nos momentos mais decisivos da política estadual, sua entrada na disputa pode redesenhar o tabuleiro eleitoral e atrair atenções para uma campanha de memória, articulação e compromisso com o estado.