Cotidiano

Menino de 9 anos denuncia abusos sexuais sofridos dentro de escola municipal em Cuiabá; família aponta abandono da gestão escolar

O menino relatou que os colegas o aguardavam no banheiro e que diziam que “bateriam nele” se contasse a alguém

PEDRO RIBEIRO/DA EDITORIA/COM PC-MT/COM GAZETA DIGITAL/COM G1-MT 11/12/2025
Menino de 9 anos denuncia abusos sexuais sofridos dentro de escola municipal em Cuiabá; família aponta abandono da gestão escolar
Com medo de novas agressões, a família decidiu retirar o menino da unidade | Divulgação/Midia News

A mãe de um aluno de 9 anos denunciou à Polícia Civil que o filho foi vítima de violência sexual recorrente praticada por colegas da própria turma, na Escola Municipal Orlando Nigro, em Cuiabá. Segundo o relato, um grupo de cinco estudantes, com idades entre 10 e 12 anos, atacava o menino dentro do banheiro da unidade.

A família percebeu algo errado quando a criança começou a reclamar de dores intensas na região íntima. Questionado diversas vezes, ele não revelava o motivo — até que, numa conversa com a avó, contou que vinha sofrendo abusos e ameaças para que não denunciasse os agressores.

O menino relatou que os colegas o aguardavam no banheiro e que diziam que “bateriam nele” se contasse a alguém.

Após descobrir o que havia acontecido, a mãe procurou imediatamente a direção da escola. Ela afirma, porém, que não recebeu qualquer suporte, orientação ou acompanhamento por parte da gestão.

“A diretora só disse que tinha mandado o caso para a Secretaria de Educação. Nada além disso. Nenhuma explicação, nenhuma ajuda”, contou.

A mãe pediu uma reunião com os pais dos alunos envolvidos, mas afirma que o pedido não foi atendido.

Com medo de novas agressões, a família decidiu retirar o menino da unidade.
Ele já está matriculado em outra escola e, segundo a mãe, começa a se adaptar — embora ainda demonstre sinais do trauma.

Ela acredita que o caso pode não ser isolado:

“Do jeito que aconteceu, pode ter acontecido com outras crianças também.”

O Página 12 solicitou informações à Secretaria Municipal de Educação, mas não recebeu retorno até a publicação desta reportagem.

A denúncia foi formalizada e a Polícia Civil apura a conduta dos cinco estudantes apontados como responsáveis pelos abusos. A família cobra acompanhamento psicológico e medidas imediatas para evitar que situações semelhantes ocorram dentro da unidade escolar.