O fim do relacionamento com a vítima e o fato dela ter perdido um bebê que o casal esperava. Essas são as principais linhas de argumentação do feminicida Helder Lopes de Araújo, de 23 anos, que quer usar em sua defesa por ter matado com tiros a ‘queima roupa’, sendo dois na cabeça, e dois no tórax, a namorada Vitória Camily Carvalho Silva, de 22 anos.

O crime ocorreu – no último final de semana – durante uma confraternização, no Bairro Cristo Rei, em Várzea Grande.

O depoimento apresentado pelo atirador no momento em que ele foi preso, horas após o assassinato, no município de Rondonópolis(218 km de Cuiabá), quando ele tentava fugir para Mato Grosso do Sul ao lado do irmão, serão usadas em sua defesa contra o homicídio qualificado contra Vitória.

O feminicídio passou a vigorar no país a partir de 9 de março de 2015, quando foi aprovada a Lei 13.104(lei do feminicidio).

Desde então, assassinatos de mulheres, praticados em contexto de violência doméstica, familiar ou íntima de afeto ou, ainda, provocados pela discriminação ou menosprezo à condição do sexo/gênero feminino, passaram a ser considerados hediondos, com penas que podem chegar a 30 anos.

Há agravantes, por exemplo se o feminicídio for cometido contra gestante ou com filho recém-nascido ou, ainda, praticado na presença de parentes da vítima.

No caso em contexto, ao ser morta, Vitória Camily, estava em uma confraternização, casa de uma amiga – conjuntamente – com parentes.

O que pode aumentar a pena do assassino, Helder Araújo, durante o julgamento pelo Tribunal do Júri.

Os dois estavam juntos há quase dois anos em um relacionamento marcado por episódios de violência doméstica. “Tem uma semana que ela(Vitória) voltou do Rio de Janeiro.

Ela foi tirar o visto para sair do Brasil, porque ele já vinha ameaçando ela faz tempo”, disse a irmã.

O assassino confesso disse ainda à Polícia que é membro da organização criminosa Comando Vermelho. Ele disse ainda que jogou a arma no rio Cuiabá.