Política

Grupo ajudou Ramagem a fugir do Brasil pela Guiana, detalha PF

Um investigado foi preso no fim de semana; diretor-geral da PF diz que deputado não passou por fluxo migratório

PEDRO RIBEIRO/DA EDITORIA/COM CNN 15/12/2025
Grupo ajudou Ramagem a fugir do Brasil pela Guiana, detalha PF
A investigação da PF (Polícia Federal) sobre a saída do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) do Brasil passou para uma nova fase de avanço e chegou a um grupo que suspeito | Bruno Spada/Câmara dos Deputados

A investigação da PF (Polícia Federal) sobre a saída do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) do Brasil passou para uma nova fase de avanço e chegou a um grupo que suspeito de ajudar o parlamentar em Roraima, estado onde ele começou a carreira de delegado.

Segundo o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, Ramagem saiu do Brasil pela Guiana sem passar por fluxos migratórios com ajuda de terceiros, entre eles o filho de um garimpeiro, preso no sábado (13).

“No curso da investigação tomamos conhecimento da saída desse parlamentar há alguns meses. No processo [de investigação] se chegou a um grupo que teria facilitado a fuga do parlamentar. Foi representado ao juízo, que autorizou sua prisão e ele foi preso. Houve apreensão de celular e materiais. Ele vai ser interrogado e a partir daí teremos novos detalhes”, explicou a jornalistas.

A distância entre Boa Vista (RR) a Georgetown (capital da Guiana) de carro é de aproximadamente 13 horas. O inquérito aponta que Ramagem fez esse trajeto e já no outro país usou passaporte diplomático para pegar um voo aos Estados Unidos.

Ramagem foi condenado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) a 16 anos, 1 mês e 15 dias de prisão por tentativa de golpe de Estado e é considerado foragido. Segundo apuração da CNN Brasil, o deputado deixou o Brasil em setembro.

Pela decisão do STF, Ramagem integrou uma organização criminosa e utilizou a estrutura da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), da qual foi diretor, para vigiar adversários políticos e auxiliar ataques ao sistema eleitoral. A Corte determinou que ele não poderia deixar o país e deveria entregar o passaporte, o que não foi cumprido.