Brasil
O advogado Eduardo Martins, filho de Humberto Martins, novo presidente do STJ, está entre os 25 denunciados pelo MPF do Rio na Operação E$quema S.
Também Flávio Zveiter, filho do ex-presidente do TJRJ Luiz Zveiter, Ana Tereza Basilio, mulher do desembargador André Fontes, ex-presidente do TRF-2, e Tiago Cedraz, filho do ministro Aroldo Cedraz.
E ainda o ex-presidente do STJ César Asfor Rocha e o filho Caio.
Como já publicamos, um dos principais alvos é Roberto Teixeira e Cristiano Zanin, advogados de Lula e que embolsaram R$ 68 milhões da Fecomércio.
Confira todos os alvos: Orlando Diniz, Roberto Teixeira, Cristiano Zanin, Fernando Hargreaves, Marcelo Salles, Vladimir Spíndola, Edgar Leite, Marcelo Henrique de Oliveira, Leonardo Henrique Oliveira, Cristiano Rondon, Ana Tereza Basilio, José Roberto Sampaio, Eurico Teles, Flavio Zveiter, Eduardo Martins, Daniel Rossiter, Hermann de Almeida, Jamilson de Farias, Antonio Coelho, Sérgio Cabral, Adriana Ancelmo, Tiago Cedraz, João Cândido Ferreira Leão, Cesar Asfor Rocha, Caio Rocha e Marcelo Nobre.
É o início da Lava Toga.
A denúncia ofertada pela Lava Jato do Rio contra Eduardo Martins, filho do presidente do Superior Tribunal de Justiça, Humberto Martins, aponta que ele foi contratado para “tentar influir em atos da corte”. De acordo com o documento, ele recebeu R$ 5,5 milhões para atuar no tribunal.
“Entre fevereiro e maio de 2014, de forma livre e consciente, CRISTIANO ZANIN, com a ajuda também livre e consciente de FERNANDO HARGREAVES e aquiescência de EDUARDO MARTINS, solicitou e obteve de ORLANDO DINIZ a contratação de EDUARDO MARTINS, pela quantia de R$ 75.500.000,00, a pretexto de influir em atos praticados por ministros do Superior Tribunal de Justiça. (Exploração de prestígio, art. 357, caput, do Código Penal – Conjunto de fatos 23)”, diz a denúncia.
De acordo com o documento, a contratação foi acertada pelo advogado de Lula, Cristiano Zanin, junto com outros dois advogados. A estratégia era acionar o STJ com ações para que a Fecomércio contratasse Eduardo Martins, cujo pai já era ministro da corte.
“Em paralelo, entre março e abril de 2014 – portanto, após ORLANDO DINIZ ter autorizado a contratação de EDUARDO MARTINS, mas antes da apresentação de sua primeira proposta de honorários advocatícios –, CRISTIANO ZANIN, FERNANDO HARGREAVES e ANA BASILIO movimentavam-se para multiplicar demandas no Superior Tribunal de Justiça, para reforçar em ORLANDO a necessidade de sucessivas contratações de EDUARDO, que de fato vinham sendo negociadas por este núcleo duro da organização criminosa e que eram anunciadas para o cliente como a única alternativa para resolver a disputa envolvendo os desdobramentos das fiscalizações do SESC e do SENAC nacionais, dado o suposto prestígio que o contratado gozava nos bastidores da Corte Superior.”
Uma das ações inclusive chegou, segundo a denúncia, a ser apresentada ao STJ. “Esses elementos revelam que CRISTIANO ZANIN, FERNANDO HARGREAVES e ANA BASILIO ajuizaram a MC 22.507/RJ já em conluio com EDUARDO MARTINS, na tentativa de lhe propiciar uma causa de fachada para atuação no STJ que pudesse justificar a emissão de notas fiscais por serviços lícitos, embora verdadeiramente remunerando serviços ilícitos – a exploração de prestígio.”
A denúncia conclui que a Fecomércio se tornou “com folga o melhor cliente do escritório de Martins”. “Em razão dos pagamentos recebidos a pretexto de influenciar o julgamento das MC 22.574/RJ e 22.721/RJ no Superior Tribunal de Justiça, a Fecomércio/RJ tornou-se, com folga, o melhor cliente do escritório MARTINS & ROSSITER ADVOGADOS ASSOCIADOS em 179 2014 . Enquanto essa Federação desembolsou R$ 5.500.000,00 para a banca de advogados, a Barley Mating Importadora Ltda., o segundo melhor cliente, pagou apenas R$ 700.000,00. Na verdade, os valores pagos pela Fecomércio/RJ equivalem a mais de duas vezes a soma de tudo o que recebeu dos demais clientes relevantes do escritório em 2014.”