Cultura

Museu de Arqueologia de Itaipu resgata histórias da pesca artesanal

12/08/2019
Próximo à orla da praia de Itaipu, em Niterói, no Rio de Janeiro, estão localizados sítios arqueológicos com vestígios de até 8 mil anos atrás, que ajudam a contar a ocupação humana pré-histórica da região, em especial dos pescadores.   Criado em 1977 por aclamação de comunidades pesqueiras, o Museu de Arqueologia de Itaipu está instalado nas ruínas do antigo recolhimento de mulheres de Santa Teresa. Fundado em 1764, o local foi um dos primeiros conventos do litoral fluminense. Na época, a instituição religiosa recebia mulheres que atentavam a moral e aos bons costumes, como mães solteiras ou mulheres que desejavam se separar do marido.   Tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o prédio é administrado pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) desde 2009. Entre as 1.300 peças do acervo – composto por objetos utilizados e produzidos por povos da região – está uma canoa, datada de 1.600, doada por pescadores artesanais em 1979. A maior coleção tem 1.175 objetos, entre peças de cerâmica, conchas e ossadas humanas.   Uma das principais missões do museu é resgatar e difundir as histórias dos homens do mar, segundo a diretora da instituição, Eunice Laroque. “Essas histórias puxam para a culinária que se faz através da pesca artesanal, do comércio, do desenvolvimento local, desse potencial turístico que tem em Itaipu. O museu contribui para potencializar o turismo em Niterói”, disse.   Em 2018, o museu recebeu mais de dez mil visitantes, 60% deles eram estudantes de escolas públicas e particulares da região. Uma das atividades propostas ao público infantil é a oficina de escavação, onde a intenção é apresentar a importância do trabalho dos arqueólogos. Nos últimos anos, no entanto, o público adulto tem aumentado, segundo a direção do museu. Um dos motivos é a parceria da instituição com universidades e organizações sem fins lucrativos.   Karina Fonseca, de 24 anos, é um exemplo. Ela esteve pela primeira vez no Museu de Arqueologia de Itaipu a convite da universidade em que estuda. Na segunda visita, fez questão de levar um amigo para dividir a experiência. A preservação cultural é o que chama a atenção da carioca.   “Identifico como mais importante no museu é ver a relação com a nossa cultura antiga e observando como o nosso povo foi mudando ao longo do tempo. Conseguimos observar também que o pessoal de Itaipu teve essa consideração de conservar o ambiente”, relatou.   O Museu de Arqueologia de Itaipu funciona de terças a sextas, das 10h às 17h. Nos sábados, das 9h às 16h. A entrada custa 2 reais. Nas quartas e nos sábados as visitas são gratuitas.   Para saber mais sobre os museus administrados pelo Ministério da Cidadania, acesse: museus.gov.br.