Dicas de Saúde

Servidor do TCE/RN morre em Cuiabá durante prova de Olimpíadas dos Tribunais de Contas do Brasil (OTC); veja os perigos das corridas de ruas

Vivaldo trabalhava no Tribunal de Contas do Rio Grande do Norte, era bacharel em Direito e assessor do Conselheiro Poti Júnior

PEDRO RIBEIRO/DA EDITORIA/COM BBC 14/10/2023
Servidor do TCE/RN morre em Cuiabá durante prova de Olimpíadas dos Tribunais de Contas do Brasil (OTC); veja os perigos das corridas de ruas
Vivaldo Augusto Dantas Filho, de 42 anos, morreu durante prova de corrida da Olimpíadas dos Tribunais de Contas do Brasil (OTC), realizado em Cuiabá | 3RT3

Vivaldo Augusto Dantas Filho, de 42 anos, morreu durante prova de corrida da Olimpíadas dos Tribunais de Contas do Brasil (OTC), realizado em Cuiabá.

Ele trabalhava no Tribunal de Contas do Rio Grande do Norte, era bacharel em Direito e assessor do Conselheiro Poti Júnior.

Na OTC do Pantanal como foi denominada, contou com a participação de cerca de 1.400 servidores/atletas dos TCEs do Brasil e países da América do Sul.

O servidor foi socorrido, levado ao Hospital Municipal de Cuiabá e chegou a ser internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), após os primeiros-socorros, mas, não resistiu.

Ainda não foram feitos exames para identificar a causa exata da morte de Vivaldo, mas é sabido que correr uma maratona em Cuiabá com intenso calor coloca o organismo sob imensa pressão.

A desidratação é o maior obstáculo que um atleta tem de enfrentar. Segundo médicos consultados pelo Página 12, uma corrida longa, em um dia quente e úmido na capital mato-grossense, até quatro litros de fluidos pode ser perdida à medida que o corredor sua e expira.

Mas, problemas cardíacos como artérias bloqueadas, cardiomiopatia hipertrófica, ou problemas congênitos do coração pode ser a maior taxa de mortes nas corridas.

Ainda de acordo com os médicos, muitas contusões podem ser evitadas se o atleta faz um bom aquecimento e alongamentos antes de começar a correr e o atleta deve beber muita água durante a corrida.

Os médicos aconselham - ainda – que os corredores sigam um plano de treinamento nos meses que antecedem a corrida.

Se o atleta sofrer de alguma doença ou complicação que pode colocá-lo em risco, se ele for diabético ou tiver doença cardíaca, ele deve procurar aconselhamento médico. Neste caso, ele deve notificar os organizadores do evento sobre a sua situação.

Excesso pode ser ruim

Praticar corrida em excesso pode ser tão ruim para a saúde quanto não praticar exercício, segundo informa cientistas dinamarqueses em recentes estudos clínicos publicados na The New England Journal of Medicine.

Os médicos/pesquisadores do Hospital Frederiksberg, em Copenhague, estudaram voluntários - todos saudáveis - ao longo de 12 anos: mais de mil praticavam corrida, ao passo que quase 4 mil não praticavam exercícios.

As menores taxas – conforme a pesquisa - de mortalidade - couberam aos praticantes de corrida a ritmo leve e moderado; já os que praticavam corridas intensas não registraram estatísticas muito diferentes das do grupo sedentário.

Quem correu a um ritmo constante durante menos de duas horas e meia por semana teve menos chances de morrer no período. Já os que correram mais do que quatro horas por semana ou não fizeram exercício nenhum registraram o maior número de mortes.

A corrida ideal

Os cientistas analisaram questionários preenchidos pelos voluntários que participaram da pesquisa.

A partir das respostas, eles concluíram que o ritmo ideal de corrida é cerca de oito quilômetros por hora - moderado.

Além disso, eles concluíram que é melhor não correr mais do que três vezes por semana, por um total de até 2,5 horas.

As pessoas que praticavam corridas mais intensas - particularmente aqueles que corriam mais de três vezes por semana ou a um ritmo mais forte do que 11 quilômetros por hora - tinham as mesmas chances de morrer que aquelas que não praticavam exercício.

Caminhada vigorosa

Os pesquisadores ainda não sabem o que está por trás desta tendência, mas acreditam que mudanças no coração durante a prática de exercícios extremos podem oferecer uma explicação.

Em suas conclusões, os pesquisadores sugerem que exercícios pesados, de resistência, podem induzir a um remodelamento patológico estrutural do coração e artérias no longo prazo.

A pesquisa recomenda 150 minutos de atividades moderadas por semana. Pode parecer muito, mas até uma caminhada vigorosa é um bom exercício