Economia e Negócios
BC aumenta projeção de crescimento da economia de 3,6% para 4,6%
Inflação deve chegar a 5,82% ao final de 2021, acima da meta
24/06/2021
Oferta de bens e serviços
No mesmo sentido, a autoridade monetária espera que os programas do governo de auxílio às empresas preservem a oferta de bens e serviços no médio prazo e que a nova rodada de auxílio emergencial e a antecipação do 13º salário de aposentados e pensionistas auxiliem a preservação do consumo das famílias, especialmente no segundo trimestre e no início do terceiro. Por outro lado, segundo o Banco Central, apesar da redução significativa dos riscos para a recuperação econômica, ainda há bastante incerteza sobre o seu ritmo de crescimento. Entre os fatores que podem diminuir a taxa de expansão estão o risco de surgimento ou disseminação de novas variantes de covid-19, com novas medidas temporárias de distanciamento social, a dificuldade para obtenção de insumos e os custos elevados em algumas cadeias produtivas, além de eventuais implicações da crise hídrica, a pior que o país vive em 90 anos. “A crise hídrica na bacia hidrográfica do Paraná pode ter implicações negativas para a geração de energia elétrica, para além do aumento de preços decorrente do maior acionamento de usinas termoelétricas”, diz o relatório.Alta da inflação
Já a inflação, calculada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), deve encerrar 2021 em 5,82%, no cenário com taxa de juros (Selic) em 6,25% ao ano em 2021 e 6,5% ao ano em 2022 e câmbio partindo de R$ 5,05. No relatório anterior, em março, a projeção era 5%. O BC também projeta que a inflação deve ser de 3,8% em 2022 e 3,25% em 2023. A estimativa está acima da meta de inflação para este ano que é de 3,75%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 2,25% e o superior, 5,25%. “Análise desagregada das projeções dos analistas mostra que a revisão altista da projeção abrangeu preços de alimentos, bens industriais e preços administrados, em particular gasolina e energia elétrica”, afirma o relatório do BC. “A inflação de curto prazo manteve-se pressionada, com destaque para a continuidade da alta dos preços das commodities, para a persistência do cenário de restrições de oferta de alguns materiais e insumos e para a deterioração do cenário hídrico, que tem rápida repercussão sobre o preço da energia elétrica mediante o acionamento de bandeiras tarifárias. Esses fatores mais do que compensaram os efeitos desinflacionários do recrudescimento da pandemia sobre os preços de serviços e da recente apreciação do real”, explicou. Em maio, o IPCA fechou em 8,06% no acumulado de 12 meses. No trimestre encerrado em maio, a alta foi de 2,08%, acima do patamar compatível com a meta de inflação e acima da previsão divulgada no Relatório de Inflação anterior, de 1,75%. A taxa foi, contudo, inferior à observada no trimestre anterior, de 2,48%. Em 2020, a inflação fechou em 4,52%, acima da meta de inflação para o ano, de 4%, mas dentro do intervalo de tolerância, de 2,50% a 5,50%. Com a alta da inflação, o Banco Central elevou pela terceira vez consecutiva a taxa básica de juros, a Selic, de 3,5% para 4,25% ao ano. A instituição também sinalizou que deve promover nova alta na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em agosto. Esse é o principal instrumento usado pelo Banco Central para alcançar a meta de inflação. A elevação da Selic, que serve de referência para as demais taxas de juros no país, ajuda a controlar a inflação, porque a taxa causa reflexos nos preços, já que juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança, evitando a demanda aquecida.Mais lidas
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