Economia e Negócios
Ibovespa encerra semana com alta de 5,41%, maior valorização semanal do ano; dólar recua 2,8%
Período foi marcado por IPCA de março abaixo do esperado, o que aumentou a perspectiva de um corte na taxa de juros do país antes do previsto
14/04/2023

Dólar
O dólar terminou o dia novamente em baixa, de 0,23%, cotado a R$ 5,916. Se consideradas as últimas três sessões, a moeda acumula queda de quase 2,73%. Na semana, a desvalorização é de 2,81%. O avanço do dólar no exterior trazia um viés de alta para a moeda norte-americana no Brasil, que não se sustentou durante a tarde. Profissionais ouvidos pela Reuters pontuaram que os juros elevados no Brasil e o otimismo em relação ao novo arcabouço fiscal seguem limitando a alta da moeda norte-americana. Na véspera, o dólar à vista fechou o dia cotado a R$ 4,9275 na venda, em baixa de 0,27%. Este foi o menor valor de fechamento para a moeda norte-americana desde 9 de junho de 2022. Pela manhã, o dólar marcou a cotação mínima da sessão, de R$ 4,89 (-0,70%), às 9h31 (horário de Brasília), mas rapidamente saltou para o território positivo em sintonia com o exterior, onde a moeda norte-americana também subia, e com investidores realizando lucros e recompondo algumas posições compradas (no sentido de alta do dólar). “Vimos de manhã um movimento de realização técnica. O dólar caiu quase 3% nas últimas três sessões, o que chama uma realização”, pontuou Fernando Bergallo, diretor da assessoria de câmbio FB Capital. Na máxima da sessão, vista às 11h09, a moeda marcou R$ 4,96 (+0,78%). Ao longo da tarde, o dólar se reaproximou da estabilidade ante o real, a despeito de no exterior continuar em alta ante a maioria das demais divisas. Segundo Bergallo, o fato de o diferencial de juros entre Brasil e EUA seguir favorável para a atração de investimentos tem impedido uma alta mais intensa da moeda norte-americana. “Isso está limitado pelo nosso colchão de juros. Enquanto a Selic estiver em 13,75% ao ano, não tem como o dólar subir tanto”, avaliou. “E também não temos estresse na área fiscal ou ruídos vindos do governo”, completou. Além de atrair investimentos em portfólio, o Brasil tem recebido dólares pela via comercial, lembrou o gerente de câmbio da Fair Corretora, Mário Battistel. “O real é uma das poucas moedas que está ganhando alguma força, e muito por conta de nossas exportações de commodities agrícolas”, afirmou. As notícias mais recentes permitiram que o dólar se firmasse abaixo dos 5 reais nesta semana, mas Luiz Felipe Bazzo, presidente do Transferbank, plataforma de transferências internacionais, lembra que alguns riscos permanecem. “Mesmo com as últimas boas notícias, ainda tem muito risco no ar: o arcabouço ainda nem foi apresentado ao Congresso, não sabemos o que tem exatamente dentro da regra, as taxas de juros nos EUA ainda não começaram a cair e ainda não há dados concretos sobre a economia da China. Em poucas palavras, ainda tem muita água para rolar”, afirmou em análise enviada à Reuters.Mais lidas
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