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Daniel Alves deu três versões diferentes após ser acusado de agressão sexual

O jogador brasileiro foi acusado de estupro por uma mulher de 23 anos. Crime teria acontecido em dezembro, numa boate de luxo de Barcelona

PEDRO RIBEIRO/DA EDITORIA/COM G1 22/01/2023

O jogador brasileiro Daniel Alves entrou em contradição três vezes durante depoimentos que prestou às autoridades da Espanha que investigam a acusação de agressão sexual feita por uma mulher de 23 anos.

Preso preventivamente desde sexta-feira (20), sem direto à fiança, o lateral nega qualquer tipo de crime, mas apresentou versões diferentes sobre o ocorrido quando questionado em menos de 45 minutos de interrogatório.

Segundo o jornal "El País" e a TV3, Daniel Alves mudou a sua versão durante as seguintes situações:

  1. Primeiro, Alves tinha negado a relação sexual e qualquer encontro com a jovem. Ele afirmou isso num vídeo enviado ao canal espanhol "Antena 3" há duas semanas, quando as acusações se tornaram públicas;
  2. Depois, em depoimento à juíza que investiga o caso, ele teria dito que estava no banheiro da boate de luxo "Sutton" quando a mulher entrou, mas que não teve contato algum com ela e que ficou parado, sem saber o que fazer;
  3. Por fim, admitiu que fez sexo com a suposta vítima, mas garantiu que as relações foram consensuais. De acordo com o "El País", que ouviu fontes da Justiça espanhola, Alves disse ainda que a mulher se lançou em direção a ele no banheiro para fazer sexo oral. Além disso, acrescentou que ele não tinha dito nada até então sobre isso para "protegê-la".

Essas contradições e o fato do lateral não ter um endereço conhecido na Espanha, bem como o Brasil não ter um acordo de extradição com o país, teriam motivado a prisão de Daniel Alves.

Além disso, a acusação afirmou que, por causa do seu patrimônio, o jogador poderia até alugar ou comprar um avião particular e sair da Espanha sem ter que mostrar o seu passaporte.

O que diz a mulher

Na última sexta, o jornal catalão "La Vanguardia" revelou que a suposta vítima também prestou um depoimento. De acordo com o jornal, diferente do que alega Alves, ela disse ter sofrido estupro.

Neste sábado (21), a mulher, que teve sua identidade preservada, afirmou que se recusa a receber indenização financeira, caso o jogador seja condenado.

De acordo com a juíza responsável pelo caso, a vítima abriu mão do direito a ser indenizada pelas lesões e danos morais sofridos, porque espera que seja feita justiça e que o atleta pague com prisão pelo ocorrido.

Além disso, ainda segundo a imprensa espanhola, no depoimento na última sexta, a mulher conta como aconteceu a suposta agressão:

  • A denunciante disse que, por volta das 2h da manhã, foi com duas amigas à boate 'Sutton' e foi convidada por amigos para entrar na área VIP;
  • Lá estava o jogador, que teria inicialmente paquerado de forma inconveniente a suposta vítima e outras mulheres;
  • Por volta de 4h da manhã, ela foi até o banheiro e o jogador foi atrás dela;
  • A mulher disse que ele falava coisas em português que não conseguia entender;
  • A vítima disse que Alves agarrou com força a mão dela e a colocou sobre seu pênis;
  • Após isso, ela tentou sair de lá, mas foi impedida pelo jogador;
  • Alves teria sentado em um vaso sanitário e a obrigado a sentar em seu colo;
  • Ao resistir, ele a teria jogado no chão e a forçado a fazer sexo oral nele;
  • Como ela reagiu novamente, Alves bateu nela, a levantou do chão e a penetrou com força até ejacular;
  • Depois, o jogador teria dito para ela ficar ali, que ele iria sair primeiro do banheiro.
Entenda prisão de Daniel Alves por suposta agressão sexual na Espanha

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O jornal espanhol "El Periódico" noticiou que, segundo fontes, imagens de câmeras de segurança comprovam que Daniel Alves permaneceu por 15 minutos dentro do banheiro com a suposta vítima, contrariando a versão inicial do jogador.

A reportagem do jornal "El País" diz que, segundo o relato, o estupro foi muito violento e durou cerca de 15 minutos.

No banheiro foram encontrados restos de sêmen, segundo o "El Periódico". O relatório médico alega que a vítima tinha marcas de violência compatíveis com estupro.

Após o suposto crime, a mulher se queixou com funcionários da boate, que chamaram a polícia. Quando os policiais chegaram ao local, o brasileiro já havia ido embora, de acordo com a denúncia.