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Trump demite John Bolton, o terceiro assessor de Segurança Nacional de seu Governo
Em breves declarações a jornalistas, a porta-voz Stephanie Grisham assinalou que o tuíte “dizia tudo”. “Ele não gostava de muitas de suas políticas. Não estavam de acordo”, disse ela.
As desavenças entre Trump e Bolton, um dos nomes mais significativos da fracassada invasão do Iraque por George W. Bush, e partidário de uma política externa dura, ficaram evidentes nos últimos meses, principalmente quanto ao Irã e à Coreia do Norte, mas também em relação ao Afeganistão. Bolton defendia uma ação militar contra a Coreia do Norte e o fim do acordo com o Irã. Ele também se opunha ao encontro que Trump pretendia ter com representantes dos talibãs em Camp David, que foi cancelado no último momento e poderia ter sido a gota d’água em suas divergências com o presidente.
Também eram visíveis suas diferenças com Pompeo, a quem acusava em privado, segundo a imprensa americana, de gastar muito tempo com sua própria agenda e suas ambições políticas. O belicista Bolton tinha declarado recentemente que não queria aparecer na televisão para defender algumas das posições da Administração, particularmente as referentes à Rússia e ao Afeganistão.
Antes de Bolton, ocuparam o posto, desde janeiro de 2017, Michael Flynn e Herbert McMaster. No caso de Flynn, sua demissão ocorreu depois que a imprensa revelou que ele manteve contatos com o Kremlin e que mentiu sobre isso para altos funcionários do Governo. Já a saída do general McMaster, em março de 2018, ocorreu em meio de uma crise de Governo que culminou com a mudança radical da Administração Trump.
Diferentes fontes citadas por veículos de comunicação assinalaram que, sob Bolton, o Conselho de Segurança Nacional se transformou em uma entidade separada dentro da Casa Branca, e que Bolton atuava de maneira separada do restante da Administração, sem ir às reuniões e promovendo suas próprias iniciativas. Uma fonte da Casa Branca comentou à rede americana CBS News que Bolton tinha “suas próprias prioridades”: “Ele não perguntava ao presidente quais eram suas prioridades. Eram as prioridades de Bolton.”
Bolton foi uma das vozes mais críticas contra Nicolás Maduro. O agora ex-conselheiro de Segurança Nacional foi considerado um homem-chave, juntamente com Pompeo, nos esforços do Governo de Trump para derrubar a Maduro. No entanto, o presidente americano também o criticou pelo fracasso de sua estratégia em relação à Venezuela.