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Opositor de Nicolás Maduro deixa prisão na Venezuela após passar quatro meses detido
O vice-presidente do Parlamento da Venezuela, Edgar Zambrano, deixou a prisão nesta terça-feira (17). O parlamentar, um dos principais oposicionistas do regime de Nicolás Maduro e aliado do autoproclamado presidente Juan Guaidó, passou quatro meses detido acusado de crimes de traição.
O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, confirmou nesta tarde a soltura do parlamentar oposicionista. No entanto, Zambrano terá de se apresentar às autoridades a cada 30 dias e não poderá deixar o país até o fim do processo.
Guaidó comemorou nas redes sociais a libertação de Zambrano. "É uma vitória da pressão cidadã, internacional e, como diz [Michele] Bachelet [alta comissária da ONU para Direitos Humanos], não é uma 'gentileza' da ditadura'."
Um dia antes, o regime chavista chegou a um acordo com pequenos partidos de oposição para tentar resolver o impasse político na Venezuela. Como parte do acordo, o governo pediu ao judiciário que revisasse penas aplicadas a presos políticos.
No entanto, o partido Ação Democrática – o mesmo de Guaidó e Zambrano – repudiou o apoio por considerar que a única saída possível para o fim da crise é a retirada de Nicolás Maduro da presidência venezuelana.
Por que Zambrano estava preso?
Braço direito de Juan Guaidó, Edgar Zambrano participou da tentativa de levante militar iniciada em 30 de abril para derrubar o regime de Nicolás Maduro. Porém, os planos fracassaram, e o governo chavista cassou a imunidade parlamentar de congressistas da oposição.Poucos dias depois, guardas do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin) cercaram e guincharam o carro onde Zambrano estava em Caracas. De lá, ele foi conduzido ao Helicoide – prédio na capital venezuelana que guarda opositores do regime de Maduro. Dois dias depois, as autoridades levaram o congressista a uma prisão militar.
De acordo com o Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela – corte controlada por juízes favoráveis a Maduro –, Zambrano responderá por "delitos de traição, conspiração e rebelião civil".