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Donald Trump chama de 'golpe' pedido de impeachment aberto contra ele

01/10/2019
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, chamou de "golpe" o inquérito de impeachment aberto na semana passada na Câmara dos Deputados. Em mensagem publicada nesta terça-feira (1º), o norte-americano acusou adversários de tentarem "tomar o poder do povo".   "Pretendido para tomar o poder do povo, seus votos, suas liberdades, a Segunda Emenda, religião, Forças Armadas, muro na fronteira, e os direitos dados por Deus aos cidadãos dos Estados Unidos da América", completa a mensagem.   Em seguida, Trump divulgou um vídeo em que chama o processo de impeachment de "caça às bruxas" para "desfazer uma eleição".   A presidente da Câmara, Nancy Pelosi, abriu há uma semana um inquérito para o impeachment de Trump pela suposta tentativa de pedido de interferência da Ucrânia nas eleições de 2020. A oposição considera que o republicano pressionou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, a investigar Joe Biden – ex-vice-presidente dos EUA e adversário político de Trump – e seu filho, Hunter Biden.  

O Partido Democrata, de oposição ao presidente, tem maioria na Câmara dos Deputados. Estimativas da imprensa norte-americana apontam que os votos favoráveis ao impeachment já superariam os 218 necessários para levar o processo ao Senado.

Entretanto, para Trump deixar o cargo, dois terços dos senadores teriam de aprovar a cassação – e, diferentemente da Câmara, o Partido Republicano detém maioria no Senado.

Secretário de Estado acusa perseguição

Um dia antes, o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, afirmou que os congressistas democratas perseguem o seu gabinete, depois que a Câmara iniciou a investigação de impeachment contra Trump.

Em uma carta enviada ao Congresso, Pompeo disse que a citação da Câmara feita a ele e a outros diplomatas "só pode ser entendida como uma tentativa de intimidação, perseguição e uma forma imprópria de tratar renomados profissionais do Departamento de Estado".

Ainda na segunda-feira, veio à tona uma nova denúncia de funcionários do governo norte-americano de que Trump teria pressionado também o primeiro-ministro da Austrália, Scott Morrison. Em telefonema, o presidente dos EUA pediu ao australiano que ajudasse a reunir provas para desacreditar a investigação conduzida por Robert Mueller sobre a interferência russa nas eleições de 2016.