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Israel ataca capital da Síria e 5 oficiais da Guarda Iraniana morrem, diz mídia estatal
Irã condenou ataque e o classificou como “tentativa desesperada de espalhar a instabilidade na região”; Israel afirmou que não comenta relatos estrangeiros
O Irã afirmou que ao menos cinco integrantes da Guarda Revolucionária Iraniana e um número não especificado de soldados sírios morreram em um ataque israelense em Damasco, capital da Síria, neste sábado (20).
Três dos oficiais da Guarda Revolucionária Iraniana mortos foram descritos pela imprensa estatal iraniana com um título honorífico usado apenas para generais, sugerindo que os alvos eram comandantes.
Ambulâncias e caminhões de bombeiros foram encaminhados ao local do suposto ataque, que havia sido isolado, relatou um jornalista da Reuters presente no local.
As operações de resgate de pessoas presas sob os escombros continuaram durante o dia. Um guindaste estava instalado para içar lajes de concreto dos destroços.
Uma fonte de forças de segurança de uma rede de grupos próximos ao governo da Síria e ao Irã afirmou à Reuters que o prédio que foi atingido foi usado por conselheiros iranianos que apoiam o governo do presidente Bashar al-Assad.
O edifício teria sido completamente destruído por “mísseis israelenses direcionados com precisão”, destacou a fonte.
Retratos dos cinco membros da Guarda Iraniana veiculados na mídia estatal do país referiam-se a três deles com um título honorífico usado para generais, enquanto os outros eram majores e alguém de posição inferior. A fonte de segurança destacou que um dos generais era chefe de informação da força de elite.
“A República Islâmica não deixará os crimes do regime sionista sem resposta”, advertiu o presidente Ebrahim Raisi em um comunicado condenando o ataque, informou a emissora estatal IRIB.
O ministro das Relações Exteriores Hossein Amirabdollahian escreveu no X: “As atividades dos conselheiros militares do Irã na luta contra o terrorismo e na segurança da região continuarão com força total”.
Os militares israelenses se recusaram a comentar as alegações iranianas e sírias de que estariam por trás do ataque. Um porta-voz das Forças de Defesa de Israel disse à CNN: “Não comentamos relatos estrangeiros”.
O país matou guardas iranianos em vários desses ataques, numa campanha intensificada após o ataque de 7 de outubro a Israel por militantes do grupo islâmico palestino Hamas, apoiado pelo Irã, vindos de Gaza.
Imprensa estatal síria reporta ataque
A imprensa estatal síria noticiou um “ataque aéreo” israelense a um prédio no bairro de Mazzeh, em Damasco, e disse que as defesas aéreas sírias derrubaram vários mísseis.
Essam Al-Amin, chefe do Hospital Al-Mowasat em Damasco, afirmou à Reuters que o hospital recebeu um cadáver e três feridos, incluindo uma mulher, após o ataque deste sábado.
A Jihad Islâmica Palestina, uma facção palestina apoiada pelo Irã e presente na Síria e no Líbano, condenou o ataque aéreo, mas ressaltou à Reuters que nenhum de seus integrantes ficou ferido, rejeitando relatos de que alguns estivessem no prédio bombardeado.
O Irã e os seus aliados militares na Síria se posicionaram em vastas áreas do leste, sul e norte da Síria e em vários subúrbios ao redor da capital.
Em dezembro, um ataque aéreo israelense matou dois membros da Guarda Revolucionária; outro ataque perto de Damasco, em 25 de dezembro, matou um conselheiro sênior da Guarda que supervisionava a coordenação militar entre a Síria e o Irã.