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Ao menos 24 pessoas são mortas em ataque dos EUA no Iêmen, dizem Houthis
Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ordenou bombardeio na capital iemenita, Sanaa

Pelo menos 24 pessoas foram mortas após ataques dos Estados Unidos contra os Houthis, do Iêmen, neste sábado (15), segundo o grupo rebelde e uma TV afiliada a eles.
Os ataques em andamento – que uma autoridade americana disse à Reuters que podem continuar por semanas – representam a maior operação militar dos EUA no Oriente Médio desde que o presidente Donald Trump voltou ao poder no país.
Pelo menos 13 civis foram mortos e nove ficaram feridos na capital Sanaa, de acordo com o Ministério da Saúde administrado pelos Houthis.
Outros 11, incluindo quatro crianças e uma mulher, foram mortos e 14 ficaram feridos em um ataque dos EUA na província de Saada, no norte, informou a Al-Masirah TV, administrada pelos Houthis.
Imagens da Reuters mostraram fumaça subindo no local de um ataque, com sons de orações saindo de alto-falantes.
“As explosões foram violentas e sacudiram o bairro como um terremoto”, afirmou um morador de Sanaa, capital do país, que se identificou como Abdullah Yahia à Reuters.
O escritório político dos Houthis descreveu os ataques como um “crime de guerra”.
“Nossas forças armadas iemenitas estão totalmente preparadas para responder à esta escalada com uma escalada”, disse em um comunicado.
Trump
Os ataques ordenados pelo presidente dos EUA, Donald Trump, ocorreram após, na terça-feira (11) os Houthis anunciarem planos de retomar os ataques a navios de Israel nos mares Vermelho e Arábico, no Estreito de Bab al-Mandab e no Golfo de Áden.
Em post nas redes sociais, Trump disse aos Houthis que “o inferno cairia” sobre o grupo se eles não parassem de atacar embarcações comerciais e navios de guerra dos EUA.
“Seu tempo acabou e seus ataques devem parar, começando hoje”, sentenciou.
Trump também alertou o Irã, o principal aliados dos Houthis, dizendo que o país precisava parar imediatamente de apoiar o grupo.
O presidente americano disse que, se o Irã ameaçasse os Estados Unidos, “a América os responsabilizaria totalmente”. “E não seremos gentis sobre isso”, afirmou.
A ação americana também ocorre em um momento em que crescem as pressões de sanções dos EUA contra o Irã, em uma tentativa de levar o país persa à mesa de negociações sobre seu programa nuclear.
Navios
Com a retomada de ataques a navios, os Houthis encerrariam um período de relativa calmaria no Oriente Médio iniciado em janeiro, com o cessar-fogo no território palestino da Faixa de Gaza.
Os Houthis lançaram mais de 100 ataques contra navios desde novembro de 2023, dizendo que estavam agindo em solidariedade aos palestinos em relação à guerra de Israel contra o grupo radical islâmico Hamas em Gaza.
Durante esse período, o grupo afundou dois navios, apreendeu outro e matou pelo menos quatro marinheiros em uma ofensiva que interrompeu o transporte marítimo global, forçando as empresas a redirecionar rotas para viagens mais longas e caras ao redor do sul da África.