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Trump considera novas sanções à Rússia em meio a frustração com ataques
Avaliação é feita após grandes ataques russos contra Ucrânia no final de semana

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pode avançar com novas sanções à Rússia nos próximos dias, expressando sua frustração com Vladimir Putin devido aos ataques aéreo contra a Ucrânia no fim de semana, segundo pessoas familiarizadas com o assunto.
Foram elaboradas, nas últimas semanas, opções para aplicação de novas medidas punitivas a Moscou, mas até o momento Trump não as aprovou.
O presidente disse no domingo (25) que consideraria "absolutamente" novas sanções após um bombardeio contínuo com mísseis e drones que deixou muitos mortos.
"Ele está matando muita gente. Não sei o que há de errado com ele. O que diabos aconteceu com ele?", pontuou Trump sobre Putin no domingo.
De toda forma, o presidente americano ainda pode decidir não aplicar as novas sanções, de acordo com as fontes, o que seguiria exemplos anteriores de recuo em ameaças de atingir a Rússia por suas ações na Ucrânia.
Trump declarou, em particular, estar preocupado que novas sanções possam afastar a Rússia das negociações de paz.
Parlamentares pressionam Trump por sanções
Parlamentares democratas e republicanos estão pressionando Trump para aumentar significativamente as sanções americanas após os ataques do fim de semana.
"Todos nós, por meio de nossas declarações públicas e contatos privados, estamos pressionando muito, muito fortemente", revelou o senador democrata Richard Blumenthal à CNN na segunda-feira (26).
Blumenthal é uma figura-chave por trás de um projeto multipartidário no Senado que visa impor novas medidas "paralisantes" a Moscou.
O texto também é apoiado pelo senador Lindsey Graham, aliado de Trump.
O projeto incluiria "sanções secundárias", como tarifas massivas de 500% sobre os países que compram energia russa. Mais de 80 senadores assinaram o projeto bipartidário até o momento.
Após conversar com Putin na semana passada, Trump destacou a líderes europeus por telefone que não se juntaria a eles, por enquanto, na aplicação de novas medidas contra Moscou, embora já tivesse sinalizado disposição de adotar uma abordagem mais dura com o chefe de Estado russo, segundo uma autoridade europeia.
Trump "acredita que, agora mesmo, se começarmos a ameaçar com sanções, os russos vão parar de conversar, e há valor em podermos conversar com eles e levá-los a se sentar à mesa [de negociações]", disse o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, aos parlamentares do Comitê de Relações Exteriores do Senado na semana passada.
A fala foi feita um dia depois de Trump e Putin terem conversado por telefone. “Como veremos, eles têm que fazer isso, ninguém está dizendo que isso é uma garantia.", adicionou.
Após os comentários mais recentes de Trump, o presidente da França, Emmanuel Macron, expressou a esperança de que o líder americano mude de rumo.
“O presidente Trump percebe que, quando o presidente Putin disse ao telefone que estava pronto para a paz, ou disse a seus enviados que estava pronto para a paz, ele mentiu”, destacou Macron na segunda-feira.
“Vimos mais uma vez, nas últimas horas, Donald Trump expressar sua raiva. Uma forma de impaciência. Agora, simplesmente espero que isso se traduza em ação", adicionou.
Trump já havia levantado a possibilidade de novas sanções ao setor bancário russo e sanções secundárias aos compradores de produtos energéticos russos.
Ambas as opções foram elaboradas, mas não estava claro quais medidas específicas o presidente dos EUA está considerando após o bombardeio russo na Ucrânia no fim de semana.