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Ministério Público aponta uma rede de assassinos como responsável pelo atentado contra o candidato presidencial Miguel Uribe Turbay
As autoridades ainda não interrogaram o menor que atirou no senador. A arma que ele usou foi comprada nos Estados Unidos em 2020

A procuradora-geral da Colômbia, Luz Adriana Camargo, confirmou nesta segunda-feira que a investigação sobre o ataque contra o candidato presidencial Miguel Uribe Turbay aponta para uma rede de assassinos. A autoridade liderou a primeira coletiva de imprensa do órgão investigativo após o ataque ao senador no sábado. Acompanhada por outros funcionários da Procuradoria-Geral da República e da Polícia, ela afirmou que a investigação está avançando, sem revelar as hipóteses dos investigadores, após analisar mais de 1.000 vídeos, realizar 23 entrevistas e realizar estudos balísticos.O que já parece claro é que o atentado contra o senador e candidato à presidência foi organizado por uma rede de assassinos de aluguel, que a Procuradoria-Geral da República deve investigar.
A promotora esclareceu que apenas uma pessoa foi presa e que estão buscando desvendar a estrutura por trás dela, e que o Ministério Público avançará com base nas provas reunidas. "Temos plena consciência de que este jovem que foi preso é apenas o autor do crime", disse ela na coletiva de imprensa. "Estamos traçando o perfil daqueles que podem ser os mentores do crime. Buscamos uma cadeia completa de responsabilidades."
O Ministério Público ainda não conseguiu entrevistar a pessoa que pode fornecer mais pistas sobre o ataque. Trata-se do menor de 15 anos que atirou no senador da oposição, que permanece em estado crítico na Fundação Santa Fé, em Bogotá, e cuja identidade não foi revelada. O menor foi capturado minutos após o ataque e, desde então, está recebendo atendimento médico em um posto de saúde. Embora tenha manifestado interesse em falar no momento da captura, seu atendimento médico e proteção foram priorizados, explicou Camargo.
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ATENTADO O que se sabe sobre atentado a tiros contra Miguel Uribe, pré-candidato à Presidência da Colômbia ATENTADO NA COLÔMBIA O ataque a Miguel Uribe revive o pesadelo dos assassinatos na Colômbia ATENTADO NA COLÔMBIA Miguel Uribe, pré-candidato à Presidência da Colômbia, fica em estado crítico após ser baleado em ato de campanha; o que se sabe até agoraA Procuradora-Geral da República fez dois esclarecimentos. O primeiro é que os assassinos geralmente têm poucas informações sobre os responsáveis finais pelos ataques, pois são contratados por intermediários que revelam apenas detalhes operacionais. De fato, ela indicou que o primeiro objetivo da Procuradora-Geral da República é identificar essa rede.
A segunda é que o tratamento dispensado aos menores é diferente do habitual. Eles devem ser protegidos pelo Instituto Colombiano de Bem-Estar Familiar e pela Defensoria Pública, sendo considerados vítimas que podem estar sujeitas a sanções, mas para as quais se busca justiça restaurativa.
Outra informação notável foi fornecida por Carlos Triana, diretor da Polícia Nacional. O general explicou que a pistola Glock usada pelo assassino foi comprada pela primeira vez em agosto de 2020 no estado do Arizona (Estados Unidos). Ainda não se sabe como ela chegou à Colômbia ou como o menor que atirou em Uribe Turbay pelo menos três vezes a recebeu.
Ela revelou que uma investigação está em andamento para comparar as características da arma com evidências de dezenas de outros processos criminais. Esse procedimento é útil para vincular o ataque a outras ações e aos grupos criminosos responsáveis por elas, segundo o promotor Camargo.
Após o anúncio do presidente Gustavo Petro, no sábado à noite, sobre a necessidade de investigar o guarda-costas de Uribe por possível infiltração, Triana indicou que sua instituição está iniciando uma investigação disciplinar contra os quatro policiais envolvidos. Não está claro se os outros membros, que pertencem à Unidade de Proteção Nacional, enfrentam uma investigação semelhante naquele estado.