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EUA dizem aos empresários que tarifaço depende de Brasil

Grupo teve reunião com integrantes da Casa Branca

PEDRO RIBEIRO/DA EDITORIA/COM CNN 03/09/2025
EUA dizem aos empresários que tarifaço depende de Brasil
Ilustração de um homem de terno, segurando uma maleta com a bandeira do Brasil, indo ao Capitólio dos EUA | Ilustração feita por IA

Empresários que viajaram a Washington tentam tratar o tarifaço de forma técnica, com argumentos econômicos, mas recebem de volta a mensagem de que as tarifas impostas por Donald Trump ao Brasil têm natureza política.

Um pequeno grupo de executivos teve encontro fechado com Christopher Landau, o número 2 do Departamento de Estado americano na tarde desta quarta-feira (3). Os brasileiros ouviram que devem atuar mais em Brasília do que em Washington, fontes disseram à CNN.

Landau deixou claro aos executivos que o Brasil é o único país do mundo que não terá uma solução técnica ou econômica para as tarifas impostas por Trump.

O representante do Departamento de Estado alertou que não adianta os empresários - ou até mesmo o governo brasileiro - procurarem a Secretaria do Tesouro, ou o Departamento Comercial dos EUA, porque a resposta não virá de lá.

Mais uma vez os brasileiros tentaram, sem sucesso, alertar sobre o risco de a China sair ganhando com a estratégia americana, já que é o país que vai se beneficiar ganhando mais espaço na economia brasileira, além de prejudicar as empresas dos EUA que atuam no país.

Segundo relatos feitos à CNN, Landau respondeu que lamenta os possíveis prejuízos causados aos negócios de americanos e que isto já estava na conta de Trump.

Para completar o “balde de água fria” que deu aos visitantes, o integrante da Casa Branca disse que estão abertos ao diálogo e que os empresários serão sempre bem recebidos, mas que são as autoridades do governo brasileiro que têm a solução para o impasse político.

Na avaliação dos executivos ouvidos pela CNN, mesmo com os duros recados do número 2 do Departamento de Estado, a ida a Washington está valendo a pena porque eles não têm outra opção que não a de abrir portas, estabelecer canais de diálogo e criar pontes para debater pontos de interesses dos dois países.