Polícia
Quando alguma liderança dos poderes legislativo e judiciário se sentem à vontade para transacionar em ações nadas republicanas é porque há algo de muito errado nas relações de poder.
O ‘tsunami’ promovido pelo babélico ex-presidente da assembleia legislativa, José Geraldo Riva(sem partido) na delação do fim do mundo e já acordada com membros do Ministério Público Estadual, é um emaranhado de informações indecifráveis para quem não acompanha os capítulos diariamente.
Para tentar entender as histórias – e que tem uma novidade a cada momento - é preciso conhecer antes os personagens e o papel traçado no vendaval das informações dos ‘esquemas’ orquestrados pelo ex-parlamentar nos seus 20 anos comando o legislativo mato-grossense.
É certo que a inversão de valores, apadrinhamento político e má escolha de amigos e assessores são práticas arraigadas à política mato-grossense, embora em todas as campanhas, alguns deles juram que fariam diferente.
Um desses casos foi o próprio Riva.
Era o dia 17 de Novembro de 2004. Um dia ensolarado em Cuiabá. Riva que era presidente da assembleia legislativa, naquele ano, e na sua total astúcia, forçou a aprovação por parte dos Deputados Estaduais de 10 vagas para Desembargador do Tribunal de Justiça, através de um projeto de emenda constitucional.
A aprovação foi unanime.
E o Tribunal que tinha 20 vagas de Desembargador subiu para 30. Mas, a aprovação não foi apenas um projeto técnico do próprio TJ/MT.
Naquela época, Riva estava ‘enrolado até o pescoço’ e sendo bombardeado pela imprensa e pelo Ministério Público no ‘escândalo’ das calcinhas e sutiãs. A assembleia gastou milhares de reais nas aquisições das peças íntimas femininas. E óbvio que era só notas empenhadas. Mas, Riva estava em uma ‘sinuca de bico’ e precisava garantir o mandato.
Um amigo próximo articulou com três exs-Desembargadores, na época, e conseguiram segurar o mandato do ‘baixinho’.
Em troca, Riva aprovaria a criação de 10 vagas de Desembargador e de cargos na Assembleia para os indicados dos exs-Desembargadores. O resultado desse acordão: foi aprovado as vagas e o processo contra Riva não andou, na época no Tribunal de Justiça, com relação as calcinhas e sutiãs.
Riva também teria pago propina a esses exs-Desembargadores.
Até agora, sabe-se que existe uma farta leva de políticos, empresários e pessoas ligadas ao judiciário suspeitos de receberem propinas nos tentáculos dos ´esquemas´ do delator que já é um dos maiores escândalos de corrupção na politica descoberto em Mato Grosso.
Veja a Data da Aprovação, meses depois do escândalo das calcinhas e sutiãs na AL/MT