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Charlie Kirk: polícia prende Tyler Robinson, suspeito de matar ativista apoiador de Trump

Anúncio foi feito governador do Utah, que disse que amigos e a família do suspeito o entregaram à polícia. Mais cedo presidente dos EUA afirmou que quer pena de morte. Detenção ocorre no 3º dia de buscas por assassino de Kirk, ativista conservador

PEDRO RIBEIRO/DA EDITORIA/COM G1 12/09/2025
Charlie Kirk: polícia prende Tyler Robinson, suspeito de matar ativista apoiador de Trump
Foto divulgada pela polícia de Utah mostra o norte-americano Tyler Robinson, suspeito de matar o ativista de direita Charlie Kirk, em 12 de setembro de 2025 | Governo do Utah via AP

Um homem suspeito de ter assassinado o ativista de direita dos Estados Unidos Charlie Kirk foi preso nesta sexta-feira (12), segundo anunciou o governador do Utah, Spencer Cox. O detido foi identificado como Tyler Robinson, um cidadão norte-americano de 22 anos.

A captura ocorre no 3º dia de buscas pelo atirador, que mobilizaram policiais locais e o FBI. A procura pelo atirador durou 33 horas, de acordo com o diretor-geral do FBI, Kash Pattel.

Pattel afirmou que policiais estavam interrogando o suspeito e fazendo investigações para confirmar que o homem detido é o assassino de Kirk nesta manhã. Mas disse também que policiais já encontraram indícios "físicos" que comprovam que a autoria do crime é do suspeito preso, e que ele deve ser indiciado ainda nesta sexta.

Charlie Kirk, um influenciador republicano de 31 anos aliado do presidente dos EUA, Donald Trump, morreu na quarta-feira (10) após ser baleado no pescoço enquanto falava em um evento na Universidade Utah Valley.

As buscas mobilizaram o FBI e policiais locais, mas foram amigos e a própria família do suspeito, que o entregaram, disse o governador do Utah.

"Queria agradecer à família de Tyler Robinson. Vocês fizeram a coisa certa", declarou o governador. Ele disse que o atirador confessou o crime a amigos, que então entraram em contato com sua família.

Dias antes, ainda de acordo com os amigos do suspeito, Robinson havia relatado a eles que Charlie Kirk estaria em Utah para uma palestra a jovens universitários e disse não gostar do ativista. Ele, depois, confessou o crime a pessoas próximas, ainda segundo a polícia.

Mais cedo, entrevista à rede de TV Fox News, Donald Trump disse que o próprio suspeito foi voluntariamente até uma delegacia local após um pastor local, que também é policial, delatá-lo a seu pai, que então o convenceu a se entregar.

O diretor do FBI e o governador não comentaram a declaração de Trump na coletiva.

Ainda de acordo com o governador do Utah, o suspeito não era aluno da universidade Utah Valley, onde o crime ocorreu. No entanto, no dia em que Kirk deu a palestra na instituição, ele foi até a universidade dirigiu seu carro. Depois do crime, trocou de roupa e fugiu a pé, segundo o governador.

O governador do Utah disse que a polícia também encontrou, em uma rede social sua, mensagens sobre uso de fuzis e cartuchos de bala. Parentes relataram à polícia que o suspeito radicalizou seu discurso político nos últimos anos.

FBI divulga foto de suspeito da morte de Charlie Kirk — Foto: X / Reprodução

FBI divulga foto de suspeito da morte de Charlie Kirk — Foto: X / Reprodução

Trumo pede pena de morte

Trump diz que suspeito de matar ativista foi detido

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Mais cedo, ao anunciar uma provável captura do suspeito, Trump defendeu a pena de morte no caso de o detido ser acusado pelo assassinato de Charlie Kirk.

"Espero que se aplique a pena de morte. Eles têm pena de morte no Utah", afirmou o presidente norte-americano, que era próximo de Kirk, em entrevista à rede de TV Fox News.

Segundo o jornal "The New York Times", também com base em fontes, o suspeito estava a cerca de 400 quilômetros da universidade onde atirou contra Charlie Kurk.

Mais de 24 horas após o crime, FBI busca assassino de Charlie Kirk

Mais de 24 horas após o crime, FBI busca assassino de Charlie Kirk

Na noite de quinta-feira, novas imagens da universidade registraram o momento em que um homem pula de um telhado e corre logo após o crime (veja acima).

Investigações

Charlie Kirk, ativista de direita e aliado de Trump, é morto com tiro no pescoço enquanto discursava em universidade nos EUA — Foto: Reprodução/TV Globo

Charlie Kirk, ativista de direita e aliado de Trump, é morto com tiro no pescoço enquanto discursava em universidade nos EUA — Foto: Reprodução/TV Globo

Investigadores do caso entrevistaram mais de 200 pessoas e coletaram mais de 7.000 pistas, segundo a polícia.

Na quinta, o FBI divulgou imagens de um homem considerado "o potencial atirador" e anunciou uma recompensa de US$ 100 mil dólares (cerca de R$ 630 mil) por informações que levem à sua identificação e captura.

As imagens mostravam um homem com um boné preto, óculos escuros, tênis e uma camiseta preta com uma estampa que parece ser a bandeira norte-americana.

O assassinato

Mapa mostra local onde o ativista conservador Charlie Kirk foi assassinado, em Utah, nos EUA, em 10 de setembro de 2025. — Foto: arte/ g1

Mapa mostra local onde o ativista conservador Charlie Kirk foi assassinado, em Utah, nos EUA, em 10 de setembro de 2025. — Foto: arte/ g1

Charlie Kirk foi atingido por um tiro no pescoço quando debatia com estudantes no campus. As autoridades acreditam que um único tiro foi disparado de um telhado a quase 200 metros de distância.

Um fuzil de alta potência foi localizado em uma área arborizada que a polícia acredita ter sido a rota de fuga do suspeito.

Embora a identidade do suspeito ou a motivação do crime não sejam conhecidas, Trump responsabilizou a esquerda, mas na quinta-feira foi mais comedido.

"Ele defendia a não violência", disse Trump sobre um de seus mais importantes aliados, considerado responsável por impulsionar sua vitória presidencial ao conquistar o eleitorado jovem.

O corpo de Kirk foi levado na quinta-feira para Phoenix, Arizona, no avião do vice-presidente JD Vance, que ajudou a carregar o caixão. A viúva, Erika Kirk, também estava a bordo da aeronave.

'Mudou o clima político'

VÍDEO mostra momento em que Charlie Kirk é baleado durante evento em universidade nos EUA

O crime foi condenado por ambos os lados do espectro político, em uma rara demonstração de consenso na extremamente polarizada opinião pública americana.

No entanto, teorias conspiratórias e mensagens confrontadoras proliferam nas redes sociais. "Eles estão em guerra contra nós", reagiu na quarta-feira o jornalista Jesse Watters, da Fox News.

Kirk foi assassinado justamente enquanto respondia à pergunta de um jovem sobre os tiroteios nos Estados Unidos.

Trump foi quem anunciou oficialmente a morte de Kirk, a quem concederá a Medalha Presidencial da Liberdade, a principal honraria civil dos Estados Unidos.

Pai de dois filhos e defensor de valores conservadores e cristãos, Kirk era muito conhecido no cenário político norte-americano por fundar a organização "Turning Point USA" em 2012, cuja missão era promover ideias conservadoras entre os jovens.

Ele tinha uma imensa audiência nas redes sociais e comparecia regularmente a universidades para debater em pleno campus, sob uma tenda, com os estudantes.

"Ele realmente mudou o clima político nos campi americanos, levando os jovens a considerarem as ideias conservadoras de maneira diferente", disse Dave Sanchez, que participava do evento de quarta-feira.

O crime chocou o país, que registrou um aumento da violência política nos últimos anos.

Trump foi vítima de duas tentativas de assassinato durante a campanha eleitoral de 2024.

Este ano, a congressista democrata Melissa Hortman e seu marido foram assassinados, e a casa do governador da Pensilvânia, Josh Shapiro, foi incendiada.