Polícia

O drama da família Moraes: Filhas de conselheiro afastado do TCE/MT também pactuaram crime em simulação patrimonial

Na reportagem é possível ver – com documentos - que o pai e as três filhas em comum acordo pactuaram por fazerem uma repugnante simulação patrimonial da agropecuária Rancho T

10/07/2020
O drama da família Moraes: Filhas de conselheiro afastado do TCE/MT também pactuaram crime em simulação patrimonial
Foto: Rede Social
No último mês de Julho passado, o Página 12 publicou uma reportagem que começava assim: “Se as dezenas de provas materiais, vídeos e áudios continuarem a ser revelado pela Polícia, Ministério Público, Justiça e imprensa, do conselheiro afastado por corrupção do Tribunal de Contas de Mato Grosso, Antônio de Moraes Rodrigues Neto, as denúncias vai levá-lo aonde ele não quer ir”. A reportagem citava ainda a fazenda adquirida pelo conselheiro por milhares de reais, A Rancho T, e que tinha como sócias, além dele, suas próprias filhas Taísa Moschini Moraes Cotrim Dias, Tamara Moschini Moraes e Talita Moschini Moraes. A publicação da reportagem, com documentos e vídeo, arrasou as filhas, que se viram em um epicentro de denuncias, ocasionado pelo vício do poder, da prepotência, modos incivis, e de uma ignorância entranhada, do abjeto e do espirito da corrupção de seu pai, quando ele dava as cartas no ‘seio’ do Tribunal de Contas de Mato Grosso. Na reportagem é possível ver – com documentos - que o pai e as três filhas em comum acordo pactuaram por fazerem uma repugnante simulação patrimonial da agropecuária Rancho T. Segundo a Ata da Assembleia feita pelo pai e pelas filhas em 02 de Junho de 2015, a empresa que tinha antes um capital social de R$ 3.673.960 milhões passou para R$ 2.496.960 milhões. O capital social da agropecuária, segundo eles, era excessivo para a sociedade familiar. A diminuição do capital tinha o objetivo de simular a evolução patrimonial do conselheiro e que foi pactuado pelas filhas. A simulação, além de burlar a Receita Federal, tinha o objetivo esconder uma bem orquestrada quadrilha do pai em conluio com seu bando Waldir Teis, Sérgio Ricardo, José Carlos Novelli e Valter Albano, e que tinham o único objetivo em desviar recursos públicos para se enriquecerem e as suas famílias. O desvio, extorsão e licitações fraudulentas protagonizadas pelo grupo ainda está sendo contabilizado pelo Ministério Público Federal, pela Receita Federal e pela Polícia Federal. São mais de milhões e milhões de reais. No caso específico da família Moraes, as filhas sabiam ou não sabiam da malversação de recursos públicos feito pelo pai, o conselheiro afastado pelo Supremo Tribunal Federal, Antônio Joaquim? Se sabiam, deveriam ou não discordar de pactuarem com os ‘esquemas’? Ou as mordomias oferecidas pelo pai em viagens internacionais, moradias em condomínios de luxos, carrões e roupas e bolsas de grifes compensava pactuar com a malandragem? Mesmo sabendo que era dinheiro público e de origem ilícita? Não é raro quando se abre o jornal, e defrontarmos com escândalos dos cinco conselheiros afastados do TCE por corrupção. Um inclusive foi preso pela Polícia Federal e está no Centro de Custódia de Cuiabá. Eles fizeram a malversação de recursos públicos, usaram indevidamente a máquina administrativa, e tantas outras mazelas que configuraram uma sensação de mal-estar coletivo, em que sempre olhamos de modo muito cético os rumos que se chegou. Enquanto boa parte da população de Mato Grosso continuava vivendo durante todos esses anos, a margem da linha da pobreza. Contudo, apesar da sucessão de escândalos dos conselheiros, existe uma sensação de impotência por parte da sociedade e os cidadãos ficam apenas aguardando qual será o próximo escândalo que circulará nos jornais. Essa sensação de mal-estar coletivo com a corrupção cria concepções de senso comum acerca de uma natural desonestidade dos mato-grossenses. Agora viver com a maravilha das mordomias com dinheiro público é um deleite para as famílias abastadas de políticos corruptos. E não importa para as famílias de que maneira conseguiu. O que é uma irresponsabilidade e um desprezo com a sociedade pagadora de impostos. Simular patrimônio é crime federal e está tipificado nos artigos 160, 173 e 179 do Código Penal. No caso do conselheiro Antônio Joaquim e de suas filhas, como explicar então a venda da Fazenda Santa Fé pelo valor de R$ 13 milhões feita pela agropecuária Rancho T e que tem como sócias as psicólogas Taisa Moschini Moraes Cotrim Dias, Talita Moschini Moraes, e a jornalista Tamara Moschini Moraes e ainda o conselheiro afastado Antônio Joaquim. A família vendeu a propriedade para o agropecuarista e médico João Paulo Marquezam da Silva. Se a Rancho T teve uma diminuição em seu capital social para R$ 2.496.960 milhões, como vender uma fazenda pertencente à agropecuária Rancho T pela bagatela de R$ 13 milhões? As filhas não eram tão inocentes assim ao aceitar fazer a transação e assinar a venda da propriedade. Além do mais, o médico que comprou a fazenda precisou acionar a justiça para tomar posse na prioridade. A corrupção do dinheiro público tem várias faces mesmo e pode ser empregado em várias maneiras para tentar enganar o sistema financeiro e os órgãos de controle. Mas, é estranho ver o conselheiro – conjuntamente com suas filhas – e ele que deveria fiscalizar ser à materialização do que a atividade maquiavélica para o crime tem de mais degradante: a mentira, a corrupção, as práticas fraudulentas, a falsidade. Veja a Ata Doc. 45 - Diario oficial   Veja Vídeo https://youtu.be/6KLnT65ZEbg