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Veja Documentos: Novelli, sua esposa Daysi e seus relógios de luxo...eu tenho, ela tem, nós temos e vocês não

12/07/2020
Veja Documentos: Novelli, sua esposa Daysi e seus relógios de luxo...eu tenho, ela tem, nós temos e vocês não
Fotos: Álbum de Família
Era metade da década de 80 e Cuiabá tinha em torno de 210 mil habitantes. Havia uma polvorosa entre católicos e evangélicos em todo o país e na capital não era diferente. Os evangélicos ocasionados pelas igrejas pentecostais estavam tirando fiéis da igreja católica. Em Cuiabá, o falecido Padre Firmo Pinto Duarte Filho, um dos ícones da igreja católica lutava para tentar ‘frear’ essa debandada dos fiéis a procura das igrejas pentecostais. Mas, ele precisava inserir a família nesse processo. Foi então que convidou o casal José Carlos Novelli e Maria Auxiliadora, a Dora, para ser o baluarte, a ‘ponta de lança’ dessa nova empreitada da igreja: Organizar uma bem elaborada reunião familiar em época de carnaval. E criaram o Vinde e vede, em 1986. O casal escolhido tinha três filhos, um menino e duas meninas e eram voluntários na igreja Dom Bosco, localizado no bairro Porto, em Cuiabá. Além de ajudar na igreja, José Carlos Novelli e Maria Auxiliadora, a Dora, eram cursilistas, ministravam palestras para os casais recém-casados e para afastar o pecado da carne. E certo que entre os “males espirituais e morais” que minam a Igreja católica de dentro, há “atitudes negativas” como “o egoísmo, a vaidade, o orgulho e o apego ao dinheiro”. Mas, a maior “perseguição” contra os líderes religiosos não vinha de “inimigos externos”, mas de seus próprios “pecados”. E após alguns anos atacou de vez uma das bases da família escolhida pelo Padre Firmo. Era o Engenheiro Civil José Carlos Novelli. Ele ficou enamorado por uma jovem estudante de medicina, Daysi de Oliveira e Silva, que começou também a ministrar palestra para jovens que iriam realizar cursos de crisma e para recém casados. O romance entre os dois começou a fugir do controle do casal e como a carne é fraca, acabaram sendo descobertos. Mas, antes da descoberta, Novelli foi eleito vereador de Cuiabá em 1988 e chegou a ser suplente de Deputado Estadual da assembleia legislativa. A partir daí, começou a trajetória de dinheiro, luxo e pecado. Nascido na zona rural de Santo Antônio da Estiva, município de Pirajuí, interior de São Paulo(1.305,4 KM de Cuiabá), José Carlos Novelli, de 66, teve a sorte grande de conhecer o ex-governador Dante de Oliveira que o escolheu como conselheiro do Tribunal de Contas de Mato Grosso e aonde ele fez uma das maiores fortunas de Mato Grosso. Com parcos recursos, a família de Novelli veio para Cuiabá a procura de emprego e se instalaram na cidade de Rondonópolis(220 KM de Cuiabá), no final da década de 60. Lá Novelli fez seus estudos secundários e começou a trabalhar com a família na lavoura. Após concluir os estudos Novelli mudou para Cuiabá e conseguir ser aprovado no vestibular de Engenharia Civil da Universidade Federal de Mato Grosso. Após formado, Novelli foi estagiário de janeiro de 1978 a setembro de 1979, da antiga Cohab, em Cuiabá. Após ser Deputado por um ano e meio da assembleia legislativa, Novelli caiu nas graças de Dante e foi seu coordenador da eleição em 1994. O governador, na época, o indicou para ser Diretor de Manutenção e depois Diretor de Transporte do antigo Departamento Estadual de Estradas e Rodagem(Dermat-MT). Novelli chegou a assumir a presidência do órgão e começou – a partir daí – a fazer um bem elaborado ‘esquema’ de corrupção para enriquecer e a sua família. Ele começou a comprar Deputados Estaduais para aprovarem as contas do ex-governador de Oliveira, na assembleia legislativa. Nessa época, Novelli já tinha assumido a doutora Dayse como esposa. Após arrecadar milhões para comprar Deputados, Novelli foi agraciado por Dante, com uma benevolente vaga de conselheiro no Tribunal de Contas de Mato Grosso. Onde ele construiu um dos maiores impérios de corrupção da história recente do estado. Novelli entrou no bando – conjuntamente – com os conselheiros Antônio Joaquim, Valter Albano, Sérgio Ricardo e Waldir Júlio Teis, onde por longos vinte anos, organizaram uma das maiores ‘teias’ para ‘nhapar’ a dinheirama no ‘seio’ do próprio Tribunal de Contas de Mato Grosso(TCE/MT). A cultura da corrupção protagonizado por Novelli e sua turma deram um prejuízos de milhões e milhões em órgãos públicos e negócios ilegais, desvios, propinas, gravações clandestinas, favorecimento, lobbies, extorsão e grampos. Só no TCE – até agora comprovadamente – foram R$ 212.402.631,49 milhões. Mas, analistas do órgão acreditam que o grupo pode ter ‘surrupiado’ o triplo desse valor. É certo que, já se flagraram casos de má conduta individual nesses longos anos desde a criação do órgão no dia 31 de outubro de 1953. Agora, a atual safra dos conselheiros e que inclui Novelli, e que foram afastados por determinação do ministro Luiz Fux do Supremo Tribunal Federal(STF), bateu todos os recordes e superou as piores expectativas. Desde quando foi deflagrada a Operação Malebolge na Polícia Federal, ocorrida no dia 14 de setembro de 2017, para investigar a extorsão de R$ 53 milhões contra o ex-governador de Mato Grosso Silval Barbosa(MDB), a justiça, o Ministério Público Federal e Estadual e a Polícia Federal estão em uma ‘força tarefa’ para desvendar o vendaval de corrupção enraizada no TCE em quase vinte anos. A devolução – segundo a justiça - de centenas de milhões que saíram pelo ralo da corrupção do Tribunal, ela é imprescritível. Uma das ‘farras’ protagonizado pelo conselheiro Novelli está na compra de relógios caríssimos das marcas Baume Mercier, Rolex e Cartier. Os relógios foram apreendidos pela Polícia Federal no mês de Junho passado na residência de Novelli e pertencia a ele e sua esposa, a médica Dayse. Residindo em um apartamento belíssimo de um por andar, na Avenida Marechal Deodoro, em Cuiabá, o casal viajou para São Paulo para pedir nas revendedoras das marcas internacionais dos relógios, para que emitissem as Notas Fiscais, para afirmarem que foram eles – Novelli e Dayse – que efetuaram as compras. Mas, a Polícia Federal quer saber da onde que saíu os recursos para a obtenção de preciosos relógios. O Relógio Baume Mercier - Montblanc Masculino Aço – 118490 apreendido na residência de Novelli custa a preço de mercado o R$38.990,00 mil. A marca feminina da esposa, Dayse, Baume Mercier Vintage Ladies 18K Yellow Gold Baume & Mercier Oval Dial Mesh sai por R$ 53.200,00 mil. Já o Rolex Daytona Men's Black Watch o valor é de R$ 197.972,72 mil e o feminino da doutora Dayse é o Rolex feminine - Datejust-Automatic-self-Wind-Female-Watch custa R$ 27.000,00 mil. Os outros relógios de Novelli da marca Cartier custa R$ 36,400,00 e da sua esposa custa R$ 27.000,00 mil. E realmente o casal tem bom gosto. Mas, com tantos elementos inquestionáveis que aponta Novelli como o ‘capo’, o cabeça pensante do grupo e que é, de acordo com a investigação do Ministério Público Federal, o sócio oculto da empreiteira Trimec Construções e Terraplanagem Ltda, e que pertence ao empresário Wanderley Fachetti Torres, segundo a Polícia Federal em inquérito da Ararath. O apartamento onde Novelli reside com a família, o Domus Aurea, segundo a Polícia Federal, pertence a João de Oliveira, que o teria adquirido em julho de 2013. João de Oliveira só tem a renda de um salário mínimo. Em Mato Grosso, a dinheirama de Novelli, segundo inquérito da Polícia Federal, na Operação Ararath, é uma coisa impressionante. Novelli pode ser tornar um santo. Pois a sua invejável inclinação para o milagre do crescimento, são feitos que apenas Jesus Cristo foi capaz de sacramentar, como o episódio do milagre dos peixes, e é um assunto inexplicável para os dias atuais.   Veja Pedido do casal para que a PF devolvessem os relógios de luxo 0004122017194727