Polícia

Triste fim de Emanuel: MP/MT pede novo afastamento e ‘encurrala’ prefeito de Cuiabá

Emanuel foi afastado cautelarmente na terça feira, 19, na Operação ‘Capistrum’, a pedido do Ministério Público Estadual, do Naco, Gaeco e da Polícia Civil

PEDRO RIBEIRO/DA EDITORIA 22/10/2021
Não há mais lágrimas que sustente o vendaval de acusações protagonizado pelos promotores da 9ª Promotoria de Justiça Cível de Cuiabá, e da Defesa do Patrimônio Público e da Probidade Administrativa do Ministério Público de Mato Grosso em desfavor do prefeito afastado de Cuiabá, Emanuel Pinheiro, MDB. Desta vez os representantes do Parquet querem que Emanuel continue afastado pelo período de seis meses do cargo de prefeito da capital mato-grossense. O motivo: improbidade administrativa. A ação foi protocolada nesta sexta feira, 22, e os promotores querem que a justiça conceda liminarmente o afastamento por causa da obstrução nas investigações do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e diligências na Secretaria Municipal de Saúde e no sétimo andar da Prefeitura, gabinete onde Pinheiro despacha como prefeito. Emanuel foi afastado cautelarmente na terça feira, 19, na Operação ‘Capistrum’, a pedido do Ministério Público Estadual, do Naco, Gaeco e da Polícia Civil. Além dele também foram afastados a Secretária Adjunta de Governo e Assuntos Estratégicos Ivone de Souza e o chefe de gabinete, o advogado Antônio Monreal Neto. Ainda foram alvos da operação a primeira dama de Cuiabá, Márcia Aparecida Kuhn Pinheiro e o ex-Coordenador de Gestão de Pessoas Ricardo Aparecido Ribeiro. Segundo a denúncia oferecida pelo Ministério Público o grupo causou prejuízos para o município de Cuiabá em mais de R$ 16.000.650,00 milhões, apenas em 25 (vinte e cinco) meses. A dinheirama foi paga indevidamente para 250 servidores temporários e recebiam entre R$ 70,00 a R$ 5.000,00 no chamado “prêmio saúde”. O MP/MT vê o envolvimento do grupo em três crimes: organização criminosa (Lei n. 12.850/13), obstrução de justiça, em conexão com os crimes de responsabilidade previstos no art. 1º, incisos II, XIII e XIV, do Decreto-Lei n. 201/67 e prevaricação. Nesta nova denúncia, os promotores citam “ouvidos mouchos” por não cumprir decisões judiciais e do Tribunal de Contas do Estado (TCE), desde 2018, para que fossem realizados concurso público e ainda a realização de oito operações policiais, com sete secretários de Emanuel presos e/ou afastados por corrupção. Os promotores citaram ainda – na denúncia – encaminhada ao juiz da Vara Especializada em Ação Civil Pública e Ação Popular de Cuiabá que Emanuel foi gravado quando era Deputado Estadual, recebendo maços de dinheiro e colocou no paletó. A gravação foi feita por Silvio Corrêa, ex-secretário chefe de gabinete do ex-governador Silval Barbosa. “... o próprio Emanuel (Pinheiro), fora flagrado em cena lamentável de recebimento de propina, segundo os delatores Silval Barbosa e Sílvio Correa, naquele que se tornou conhecido como escândalo do Paletó, até hoje sem explicação plausível pelo Prefeito”, diz um dos trechos da nova denúncia apresentada pelos promotores. Emanuel agora amarga contrariedade de uma crise política e não há mais lágrimas que sustente essa derrota. Ele se contaminou pelo vício do poder, da prepotência, modos incivis, e de uma ignorância entranhada, do abjeto e do espirito da corrupção e que foi trazido em seus mais trinta anos como político mato-grossense. Desmistificado pelos promotores como sendo um homem público aguerrido e com uma eloquente oratória, para se tornar à materialização do que a atividade maquiavélica tem de mais degradante: a mentira, a corrupção, as práticas fraudulentas, a falsidade, a irresponsabilidade e o desprezo com a sociedade.